ATA DA SEXAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
18.08.1999.
Aos dezoito dias do mês de agosto do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi efetuada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clênia
Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Valdir, Maristela
Maffei, Paulo Brum, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Cláudio
Sebenelo, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João
Dib, João Motta, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum",
o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição
em avulsos de cópias da Ata da Qüinquagésima Nona Sessão Ordinária que,
juntamente com as Atas da Qüinquagésima Sétima e Qüinquagésima Oitava Sessões
Ordinárias, foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Gilberto
Batista, 01 Pedido de Providências; pela Vereadora Helena Bonumá, a Emenda nº
02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 83/99 (Processo nº 1961/99); pelo
Vereador Hélio Corbellini, o Pedido de Informações nº 115/99 (Processo nº
2590/99); pelo Vereador João Carlos Nedel, 01 Pedido de Providências; pelo
Vereador Paulo Brum, 02 Pedidos de Providências; pela Vereadora Tereza Franco,
02 Pedidos de Providências e o Pedido de Informações nº 114/99 (Processo nº
2582/99). Também, foi apregoado o Ofício nº 444/99 (Processo nº 2661/99), do
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, comunicando o afastamento do
Vice-Prefeito, Senhor José Fortunati, do dia vinte e dois ao dia vinte e quatro
de agosto do corrente, a fim de participar do 4º Encontro do Fórum da Gestão
Pública Eficiente, na cidade do Rio de Janeiro/RJ e da solenidade de entrega do
Prêmio "Prefeito Criança 1999", em Brasília/DF. Ainda, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando votação em
destaque do artigo 3º do Projeto de Resolução nº 40/99 (Processo nº 2457/99).
Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 434/99, do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre; 20 e 21/99, da Senhora Mara Sasso, Assessora Parlamentar da
Secretaria da Educação do Estado/RS; 105 e 106/99, do Senhor Edni Oscar
Schroeder, Diretor-Geral da Secretaria de Educação do Estado/RS. A seguir, por
solicitações dos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Cláudio Sebenelo, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, ao
Soldado da Brigada Militar Adão Falk, falecido ontem, e às vítimas do terremoto
ocorrido ontem na Turquia. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Marlene Gazave, Presidenta da Associação
Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrênicos - AGAFAPE, que discorreu
sobre as atividades realizadas pela entidade que preside, voltadas ao
tratamento de pacientes portadores de Esquizofrenia, narrando as dificuldades
financeiras enfrentadas pela instituição e solicitando o apoio desta Casa para
viabilizar a adoção de medidas destinadas à qualificar os serviços prEstados
pela AGAFAPE. Após, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando fossem enviadas cópias do discurso
da Senhora Marlene Gazave ao Ministério da Saúde, à Secretaria Municipal da
Saúde e à Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC, e o Senhor
Presidente registrou a presença dos Vereadores Lauri, Juliani e Luizinho, da
Câmara Municipal de Santo Ângelo/RS. Ainda, nos termos do artigo 206 do Regimento,
os Vereadores Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Paulo Brum, Carlos Alberto
Garcia, Elói Guimarães, João Carlos Nedel, Gilberto Batista e Renato Guimarães
manifestaram-se a respeito do assunto tratado na Tribuna Popular. Na ocasião,
constatada a existência de "quorum", foram aprovados Requerimentos
dos Vereadores Juarez Pinheiro e Sonia Saraí, solicitando Licença para Tratar
de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossados na vereança os Suplentes Giovani Gregol, em substituição ao Vereador
Juarez Pinheiro, e Lenora Ulrich, em substituição à Vereadora Sonia Saraí, informando
que Suas Excelências integrarão, respectivamente, as Comissões de Constituição
e Justiça e de Saúde e Meio Ambiente. Às quatorze horas e quarenta e quatro
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e quarenta e sete minutos, constatada a existência de “quorum”.
A seguir, o Vereador Luiz Braz formulou Requerimento verbal, deferido pelo
Senhor Presidente, solicitando o envio de correspondência à Rádio Guaíba,
saudando, em nome deste Legislativo, os dez anos de existência do Programa
"L’Eco d’Itália". Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell, manifestando-se
quanto ao sistema de telefonia atualmente em funcionamento no Brasil, descreveu
problemas existentes na prestação desse serviço, afirmando não haver métodos
eficazes de medição dos pulsos telefônicos e de fiscalização dos prazos a serem
observados pelas empresas para a instalação de linhas de telefonia. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença de moradores da Zona Sul
da Cidade e prestou informações a respeito da tramitação do Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 10/97. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães
teceu considerações a respeito das discussões realizadas neste Legislativo,
relativas ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental - PDDUA,
destacando a importância deste Projeto para a implementação de normas que
viabilizem o progresso organizado e a melhoria da qualidade de vida em Porto
Alegre. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Dioni
Bado, apresentador do Programa "L’Eco d’Itália", da Rádio Guaíba. Em
COMUNICAÇÕES, a Vereadora Helena Bonumá registrou o início das atividades da
Ouvidoria da Justiça e da Segurança do Estado do Rio Grande do Sul. Também,
referiu-se a incidente ocorrido no Centro da Cidade no dia dezesseis de agosto
do corrente, quando militante do PMDB teria sido agredido por integrante do PT,
declarando que o agressor não integra os quadros deste Partido. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz, reportando-se ao pronunciamento da Vereadora
Helena Bonumá, manifestou-se a respeito da agressão sofrida por militante do
PMDB na Esquina Democrática, criticando o posicionamento adotado pela Bancada
do PT em relação ao episódio. Ainda, questionou o funcionamento de banca
existente no local, a qual vende material do Partido dos Trabalhadores. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador João Dib discorreu sobre a Sessão Solene realizada
ontem, destinada a homenagear o transcurso dos quarenta anos da Revolução
Cubana. Também, teceu críticas à Prefeitura Municipal pela utilização do
sistema de cartas-contrato para a admissão de servidores para o Poder Executivo
e destacou a necessidade de cumprimento da Lei nº 7770. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão lamentou o fato ocorrido no dia dezesseis de
agosto do corrente na Esquina Democrática, que resultou em agressões físicas
sofridas por militante do PMDB, salientando ser esse local um espaço destinado
a manifestações de todas as correntes políticas. Ainda, contestou a
legitimidade do funcionamento de banca de vendas de material do PT existente no
Centro da Cidade. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Renato Guimarães comentou fatos
relativos à Sessão Solene ocorrida ontem, em homenagem aos quarenta anos da
Revolução Cubana. Também, referiu-se ao incidente ocorrido na Esquina
Democrática, no qual militante do PMDB sofreu agressões físicas, e
manifestou-se sobre resultados de pesquisas de opinião referentes à popularidade
do Senhor Presidente da República. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou
a presença do Vereador Carlos Fink, da Câmara Municipal de Novo Hamburgo. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal teceu considerações a
respeito dos índices de popularidade do Senhor Presidente da República junto à
sociedade brasileira. Também, questionou aspectos atinentes ao Programa de
Orçamento Participativo de Porto Alegre e à proposta similar lançada pelo
Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador José Valdir
pronunciou-se a respeito da agressão sofrida por militante do PMDB durante
manifestação política ocorrida na Esquina Democrática no dia dezesseis de
agosto do corrente. Ainda, referiu-se aos problemas de segurança pública
existentes na Vila Santa Rosa, criticando posicionamentos adotados a respeito
pelo Senhor José Paulo Bisol, Secretário Estadual da Justiça e da Segurança. O
Vereador Antônio Losada analisou o Projeto de Lei do Legislativo nº 79/99, de
sua autoria, que torna obrigatória a prestação de serviços de empacotamento nos
supermercados. Também, ressaltou a importância da criação da Ouvidoria da Justiça
e Segurança do Estado para a defesa dos direitos de cidadania da população
porto-alegrense e discorreu sobre o episódio ocorrido na Esquina Democrática
envolvendo integrante do PMDB. O Vereador Giovani Gregol teceu considerações a
respeito dos debates realizados neste Legislativo quando da apreciação de
Projetos de Decreto Legislativo que autorizam o Senhor Prefeito Municipal a ausentar-se
do Município. Ainda, referiu-se à atual conjuntura política brasileira e teceu
críticas à administração do Senhor Fernando Henrique Cardoso à frente da
Presidência da República. O Vereador Isaac Ainhorn repudiou o ato de violência
cometido contra militante do PMDB durante manifestação ocorrida no dia dezesseis
de agosto do corrente no Centro da Cidade. Também, procedeu à leitura de artigo
de autoria do Jornalista Sebastião Nery, publicado na edição de hoje do Jornal
Tribuna da Imprensa, intitulado "Fernando Henrique está escondido atrás da
cortina". O Vereador Antonio Hohlfeldt analisou dados relativos ao acordo
firmado entre o Executivo Municipal e a Associação das Empresas de Transportes
de Passageiros de Porto Alegre - ATP, em decorrência da intervenção promovida
pela Prefeitura Municipal sobre o sistema de transporte coletivo de Porto
Alegre, registrando ter protocolado Pedido de Informações solicitando cópia
desse acordo. Em continuidade, o Senhor Presidente informou ter recebido cópia
do acordo aludido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt em seu pronunciamento em
Comunicação de Líder, enviada pelo Senhor Rogério Favreto, Procurador-Geral do
Município, determinando fossem distribuídas cópias desse acordo aos Senhores
Vereadores. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Lauro Hagemann informou ter
participado de painel promovido pela Federação das Associações Comerciais do
Estado do Rio Grande do Sul - FEDERASUL, destinado a analisar a atividade
jornalística sob a ótica da liberdade de expressão. Ainda, registrou o
lançamento de revista intitulada "Federasul", procedendo à leitura do
editorial dessa publicação. A seguir, constatada a existência de
"quorum", foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Antonio
Hohlfeldt, solicitando alteração na ordem dos trabalhos e da matéria constante
na Ordem do Dia, e os Vereadores Cyro Martini, Carlos Alberto Garcia e
Reginaldo Pujol manifestaram-se a respeito dos trabalhos da presente Sessão. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 02 ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 34/99, os Projetos de Lei do Legislativo nºs
79, 112, 116, 118, 119 e 121/99, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo
nºs 07, 08 e 09/99, os Projetos de Resolução nºs 30, 31 e 37/99, os Projetos de
Lei do Executivo nºs 11, 15, 17, 18, 19, 20 e 21/99, o Substitutivo nº 01 ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 64/99; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 96, 97, 98, 102, 103, 104, 105, 106, 109, 110, 111, 113, 114 e
115/99; os Projetos de Resolução nºs 29, 32, 33, 34, 35 e 41/99. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia, reportando-se ao pronunciamento do
Vereador José Valdir, defendeu a atuação do Senhor José Paulo Bisol, Secretário
da Justiça e da Segurança do Estado, no trato dos problemas de segurança
pública existentes na Vila Santa Rosa, justificando a ausência deste Secretário
em reunião promovida por entidades da Zona Norte da Cidade para debater essa
questão. O Vereador Guilherme Barbosa referiu-se a opiniões externadas por Sua
Excelência em pronunciamentos anteriores, acerca da atuação do Vereador Antonio
Hohlfeldt à frente da Secretaria Municipal dos Transportes. Ainda,
pronunciou-se sobre as agressões sofridas por militante do PMDB durante manifestação
ocorrida na Esquina Democrática e criticou o modelo econômico adotado pelo
Governo Federal. Na oportunidade, o Vereador Antonio Hohlfeldt manifestou-se a
respeito do pronunciamento do Vereador Guilherme Barbosa em Comunicação de
Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol defendeu a atuação
do Senhor Fernando Henrique Cardoso como Presidente da República, tecendo
críticas aos métodos de atuação política utilizados pelos partidos de oposição
ao Governo Federal. Também, externou sua contrariedade ao episódio ocorrido na
Esquina Democrática, o qual resultou em agressões físicas a integrante do PMDB.
A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Resolução nº 40/99
que, após ser discutido pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Luiz Braz,
teve adiada a sua discussão por três Sessões a Requerimento, aprovado, do
Vereador Nereu D'Ávila. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Resolução nº 42/99, tendo o Senhor Presidente, face Questão de Ordem formulada
pelo Vereador Elói Guimarães, prestado esclarecimentos a respeito do teor deste
Projeto. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº
44/99. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 97/98, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, João
Dib, Cyro Martini, Lenora Ulrich, Renato Guimarães, Elói Guimarães, Giovani
Gregol e Pedro Américo Leal e encaminhado à votação pelos Vereadores Cláudio
Sebenelo, Isaac Ainhorn e José Valdir. Foi aprovado o Requerimento nº 187/99
(Processo nº 2673/99 - Realização da Sessão Ordinária da Câmara Municipal de
Porto Alegre do dia primeiro de setembro do corrente no Largo Glênio Peres), de
autoria do Vereador Nereu D'Ávila. Foi aprovado o Requerimento nº 181/99
(Processo nº 2652/99 - Convocação do Senhor Prefeito Municipal e do
Procurador-Geral do Município para prestarem esclarecimentos a respeito do
acordo firmado entre o Executivo Municipal e a Associação das Empresas de
Transportes de Passageiros de Porto Alegre - ATP), de autoria do Vereador
Antonio Hohlfeldt, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Elói Guimarães e Guilherme Barbosa. Às dezoito horas e vinte e três
minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Paulo Brum e Adeli Sell e secretariados
pelos Vereadores Adeli Sell e Isaac Ainhorn. Do que eu, Adeli Sell, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Estão abertos os trabalhos da 63ª Sessão Ordinária.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA
(Requerimento): Sr.
Presidente, gostaria de solicitar um minuto de silêncio pela morte do soldado
Adão Falk, do 1º BPM, que foi violentamente assassinado, ontem, num bar da Zona
Norte. Há poucos minutos saí do Cemitério João XXIII, o enterro será às
14h30min. Eu conhecia o soldado Falk há mais de dez anos, era militante do PDT,
daquelas pessoas que tinha uma postura ética, dispensando maiores comentários.
O soldado é mais uma pessoa assassinada, das centenas de vítimas da violência
em nosso Estado.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de
silêncio pelas vítimas do terremoto na Turquia, onde três mil e quinhentas
pessoas morreram, foi uma das grandes tragédias da humanidade. Queríamos mandar
o abraço e o sentimento da Câmara Municipal de Porto Alegre ao povo turco e,
principalmente, por uma questão de solidariedade humana, de integração
universal, neste momento de grande dor para aquele país.
O SR. PRESIDENTE: Deferimos, de imediato, os Requerimentos
dos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Cláudio Sebenelo.
(É
feito um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A
Senhora Marlene Gazave, representando a AGAFAPE - Associação Gaúcha de
Familiares de Pacientes Esquizofrênicos, está com a palavra, pelo tempo
regimental de 10 minutos.
A SRA. MARLENE GAZAVE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
atualmente sou a Presidenta da Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes
Esquizofrênicos. O que é a AGAFAPE? É uma Associação Gaúcha de Familiares que
surgiu da necessidade de um completo engajamento de familiares, unindo esforços
em benefício da saúde mental. O que é a doença Esquizofrenia? Em linhas gerais,
vou dar um perfil desta doença que é muito grave e para a qual, infelizmente,
não há cura.
Um
por cento da população mundial sofre desta doença que incapacita para o
convívio social, familiar, e, na maioria dos casos, torna a pessoa incapaz para
o trabalho e para o estudo. São perturbações mentais, tais como: confusão de
idéias, as pessoas sentem-se perseguidas, desconfiadas, têm alucinações,
delírios auditivos e visuais: recebem ordens para fazer isso ou aquilo,
enxergam coisas que não existem, perdem a atenção, concentração, isolam-se,
formando um mundo à parte. Não há cura. Para nós é uma doença, que eu denomino
como um câncer eterno. Nossa finalidade é tornar a vida dos nossos familiares e
pacientes com a melhor qualidade possível.
Vim
a esta tribuna, como Presidente dessa entidade, solicitar auxílio. Em primeiro
lugar, queremos reivindicar uma promessa junto aos poderes públicos: a reserva
de, no mínimo, quatro leitos no Hospital de Pronto Socorro na nossa Cidade para
atendimento de doentes mentais, inclusive os surtados, prometido para a AGAFAPE
há mais de três anos e, lamentalvelmente, não tivemos nenhum retorno. É muito
triste quando temos um familiar surtado. Recorre-se a três locais em Porto
Alegre: Hospital de Clínicas, Hospital Espírita e Hospital Nossa Senhora da
Conceição. Naquela romaria, um empurra para o outro, e temos o nosso paciente
grave, muitas vezes, agressivo e não temos mais o que fazer do que correr para
cá e para lá. Ficamos de uma semana a um mês para conseguir uma vaga, correndo
todos os riscos, tanto o paciente quanto a família; em segundo lugar, a
medicação.
Em
nossos postos faltam, inclusive, as medicações mais elementares, tais como
Haldol e Neozine. Atualmente, há nove anos, existe uma medicação que se chama
Leponex e que é a melhor droga que se conseguiu até agora para a Esquizofrenia.
É uma medicação de custo alto e que a maioria das pessoas não tem como
conseguir pagar. Recorremos ao Poder Público. Há critérios bastante exigentes
para que o familiar consiga essa medicação. Inclusive, há dois ou três anos, os
critérios eram bem rígidos, o paciente deveria ser submetido a uma sessão de
doze eletrochoques para depois conseguir receber essa medicação. Felizmente,
esses critérios estão sendo revistos e está havendo uma maior flexibilidade.
Com esta medicação é possível ao paciente conviver socialmente, voltar a
trabalhar, estudar, inclusive, pacientes que estão tomando a medicação há
quatro ou cinco anos não mais necessitaram de internação. É uma droga que
deixaria de onerar os pacientes com internações, desde que pudessem receber a
medicação. Estamos com uma promessa de aumento de distribuição desta medicação.
Quinhentos pacientes receberão, gratuitamente, a medicação, porém, em todo o
Rio Grande do Sul, não somente para Porto Alegre. Vejam que o número é grande,
uma vez que 1% da população mundial sofre desta doença. Conseguíamos, através
da VARIG, o transporte desta medicação da Suíça, de Zurique, por um preço três
vezes menor do que o comprado aqui ou no comércio brasileiro. Infelizmente, a
VARIG fechou seu escritório em Zurique. Estamos aguardando novas fórmulas para
o transporte desta medicação. Conseguimos a liberação, em caráter excepcional,
da Vigilância Sanitária de Brasília para o transporte desta medicação. Temos um
limite de cento e cinqüenta caixas de medicação. Pretendemos, com o auxílio dos
Vereadores aqui presentes e de suas Bancadas, conseguir este transporte não
mais em caráter excepcional, precisamos desta liberação em caráter permanente,
uma vez que muitas pessoas, muitos familiares estão de acordo em comprar a
medicação, desde que possam transportá-la da Suíça para cá.
Outro
recurso de que dispomos para os nossos pacientes é a terapia ocupacional. Se
nós conseguirmos que os nossos pacientes se ocupem duas tardes por semana,
estaremos felizes, porque a incapacitação desta doença é de tal ordem que eles
têm dificuldades em se levantar, sair; eles precisam de uma motivação muito
grande para poderem realizar algum trabalho.
Assim,
a nossa Associação está formando uma equipe de técnicos voluntários para
começar a desenvolver esse trabalho. Nesse intervalo, recebemos um convite do
Hospital de Clínicas para que façamos este trabalho também com os egressos do
Hospital, para que aqueles que têm alta continuem tendo um vínculo, recebendo
orientação do médico, fazendo essa terapia para que não voltem mais a ser
internados, porque se eles conseguirem manter esse vínculo, esse trabalho, a
maioria dos pacientes conseguirá vencer e muito menos precisarão ser
internados.
Então,
nossos pedidos seriam também de terapeutas ocupacionais, psicólogos,
enfermeiras, assistentes sociais, porque eles têm muitas dificuldades no
convívio social, eles se isolam e as famílias têm dificuldades em trazê-los
para o convívio. Assim, precisamos desses técnicos para que eles possam
auxiliar esses pacientes a terem um convívio social e se tornarem mais
produtivos e úteis.
Nós
já iniciamos, na nossa Associação, esse trabalho com aula de pintura. A professora já está com dez pacientes que
estão trabalhando, desenhando, pintando e se sentindo bem melhores. Nós
gostaríamos de estender este trabalho para que mais pacientes sejam
beneficiados com este auxílio. Nós precisamos da colaboração desses técnicos.
Este
é nosso apelo: que esses três itens sejam conseguidos para podermos melhorar a
vida dos nossos pacientes. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Dada a importância do tema e as
colocações abrangentes feitas, Sr. Presidente, pela Associação, eu proporia que
as notas taquigráficas fossem enviadas para as seguintes instituições públicas:
Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde do Município e, pelo que foi
colocado, referente ao acompanhamento, talvez uma cópia para a FESC, na medida
que faz este tipo de trabalho de integração social. No mínimo para estas
entidades. Se houver algum adendo, eu aceitaria de bom grado para que todas
estas instituições ficassem sabendo da importância do tema que foi tratado.
O SR. PRESIDENTE: Muito bem lembrado por V. Exa., porque
não só o tema como as palavras da Sra. Marlene foram muito importantes. E essa
é uma Associação gaúcha, organizada por familiares de pacientes
esquizofrênicos. É evidente a sensibilidade da matéria, inclusive a grandeza da
proposição, da proposta que é a aquisição da medicação, inclusive o auxílio dos
profissionais na área da saúde.
Antes
de qualquer manifestação do Plenário, eu quero anunciar a presença, nesta Casa,
dos nossos colegas Vereadores Lauri e Juliani do PMDB, Luizinho do PDT, de
Santo Ângelo. Nossa saudação.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, de acordo com o art. 206 do
Regimento.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
gostaria de salientar a importância do trabalho da Sra. Marlene Gazave, da
Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrênicos.
Conforme
ela expôs para todos os Vereadores presentes, a Esquizofrenia é o câncer da
personalidade. E, realmente, a incapacitação das pessoas gera um grave
problema, inclusive na área familiar. Os problemas estão voltados, também, não
só à evolução da moléstia, mas ao seu tratamento. Hoje, existem tratamentos
muitos mais modernos e muito mais esperançosos. Nós ainda não conseguimos
eliminar o eletrochoque que, muitas vezes, é positivo, mas temos, hoje,
psicofármacos da melhor qualidade, permitindo que estas pessoas deixem uma
instituição hospitalar e passem a viver no seio das suas famílias. As
dificuldades de importação e de distribuição são muito grandes.
Eu
tenho certeza de que cada Vereador desta Câmara fará a mesma coisa, quero me
por à disposição, inclusive para essa parte burocrática de Ministério da Saúde,
Secretaria da Saúde, instituições hospitalares de atendimento ambulatorial. Nos
colocamos à disposição para ir junto, de mãos dadas, até essas autoridades para
mostrar o quanto é importante esse seu apelo, esse relatório que a Senhora fez
para todos nós; e, principalmente, para que a solidariedade humana não parta só
da sociedade, mas do Estado também, entendendo o quanto lutam os familiares de
pacientes esquizofrênicos para minimizar os sintomas, a degeneração da
personalidade e, também, pela repercussão que isso traz à sociedade, pois
vivemos com eles, sentindo, a cada passo, a perda dessas pessoas.
Muitas
vezes, sem tratamento, passam a ser um peso social insuportável, principalmente
um peso afetivo. Por isso digo, grito ao mundo inteiro o quanto é importante a
vinda da Senhora aqui e o quanto é difícil essa luta, no momento em que estamos
retirando o preconceito da doença mental, exterminando com as masmorras
medievais, os sanatórios de doença mental, e hoje, a busca da saúde mental, a
hipertrofia do pouquinho de saúde que possa existir numa personalidade
esquizofrênica é fundamental para entendermos uma moléstia assim tão grave, tão
alienante, tão desintegradora não só do indivíduo, mas da família e,
principalmente, da sociedade. Muito obrigado pela sua mensagem. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Os Vereadores Juarez Pinheiro e Sônia
Saraí solicitam licença para tratamento de assuntos particulares no dia de
hoje.
(Obs.:
Foram aprovados os Requerimentos de licença dos Vereadores Juarez Pinheiro e
Sônia Saraí e dada posse aos Suplentes, conforme consta da Ata.)
A
Vera. Clênia Maranhão está com a palavra, de acordo com o art. 206 do
Regimento.
A SR. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dona
Marlene Gazave e demais
participantes da Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrênicos,
em nome da minha Bancada o PMDB, em nome do Ver. Luiz Fernando Záchia e meu,
queremos expressar a nossa solidariedade a vocês pela luta que tem sido
desenvolvida.
Sabemos
o quanto é difícil, em uma sociedade preconceituosa como a nossa, a luta
daqueles que querem o reconhecimento, a dignidade e o tratamento das pessoas
portadoras de deficiência. Sabemos, também, que a desinformação é um dos
instrumentos fundamentais para fortalecer esse preconceito. Portanto, a vinda
de vocês contribui para que possamos reconstruir outros conceitos em relação à
doença mental, especificamente, a Esquizofrenia, que é o tema sobre o qual
trabalham.
Sabemos
que a questão do tratamento, a questão da solidariedade, a questão do
medicamento acertado, a questão da continuidade desse tratamento são
instrumentos fundamentais para a melhoria, para o aumento da qualidade de vida,
assim, também, como elemento fundamental para a sua reintegração à sociedade.
Nesse sentido, queremos dizer da nossa solidariedade, que, seguramente, será
desta Casa também, no sentido de todas as pressões políticas para que realmente
haja possibilidade do acesso das pessoas portadoras de Esquizofrenia aos
medicamentos mais modernos, que lhes garantam esse direito ao tratamento,
porque é um direito de todos nós, independente de termos ou não problemas mentais.
Então
expressamos, mais uma vez, a nossa solidariedade e nos colocamos sempre à sua
disposição. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra pelo tempo regimental disciplinado pelo art.
206.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome
do meu Partido o PTB, representado pelos Vereadores Luiz Braz, Eliseu Sabino, e
pelas Vereadoras Tereza Franco e Sônia Santos, queremos nos somar a esta
questão que a Sra. Marlene Gazave traz a nossa Casa.
Recentemente,
eu tive o prazer de receber no meu gabinete os integrantes dessa Associação,
que nos trouxeram uma reivindicação quanto à questão do passe gratuito nos
ônibus de Porto Alegre para portadores de Esquizofrenia. Nós fizemos uma
solicitação à SMT, inclusive nos socorremos de uma legislação federal que
prevê, segundo o Ministério da Previdência Social, que o portador de
Esquizofrenia também é considerado um portador de deficiência. Sendo assim, nós
fizemos uma ação junto à SMT e me parece que, naquele momento, foi esclarecida
a situação, e as pessoas portadoras de Esquizofrenia também passam a ter o
direito ao passe gratuito nos ônibus de Porto Alegre.
Por
isso, Sra. Marlene nós queremos dizer que a nossa Bancada, o PTB, está à
disposição da Associação. Sugiro que a senhora faça um Requerimento para que a
Comissão de Saúde da Casa, da Câmara de Porto Alegre, possa, enfim, se
pronunciar a respeito dessas questões que a senhora traz até esta Casa, no
tocante à aquisição de remédios, à garantia da assistência aos nossos
portadores de Esquizofrenia. Portanto, o nosso abraço e tenha a certeza de que
estamos totalmente à sua disposição. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Carlos Alberto
Garcia de acordo com o art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sra. Marlene, em nome da Bancada do
Partido Socialista Brasileiro, em meu nome e em nome do Ver. Hélio Corbellini,
queremos ser solidários com a causa que a Senhora abraça.
Recentemente,
pudemos acompanhar de perto e sentir o que é a angústia de uma família em busca
de atendimento. Presenciamos o ocorrido com um jovem de vinte e dois anos que,
há muito custo, depois de várias insistências, conseguiu um leito no Hospital
Espírita. Este menino ainda está em tratamento e esperamos o quanto antes, que
ele retorne para o convívio social, é isso que se quer.
Esse
seu anseio de melhorias ao buscar,
hoje, medicamentos mais eficazes, também deve ser a preocupação de
todos.
Na
sua fala, a Senhora diz que 1% da população é portadora dessa doença.
Esperamos
que aqueles que já vivenciaram isso e aqueles que ainda não vivenciaram,
possam, na sua totalidade, ser solidários, porque essa é uma ação de todos num
País em que a saúde, cada vez mais, é deixada para um segundo plano. A Senhora
pode sair daqui com a certeza de que a Bancada do PSB é solidária com essa
questão, assim como todos os Vereadores desta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
de acordo com o art. 206 do Regimento.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, nós nos somamos a essa
luta travada pela Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrênicos,
às preocupações trazidas pela Sra. Marlene Gazave.
No
rol das patologias, como regra geral, o paciente é alguém que tem como
característica a passividade, mas dá-se de maneira diferente na Esquizofrenia,
posto que ela cria grandes dificuldades à família, ao próprio sistema de saúde,
na medida em que o esquizofrênico é aquele ser humano com as características
que foram muito bem colocadas aqui pela Sra. Marlene. É uma patologia que
merece um tratamento singular pelas características que traz, e eu gostaria de
ressaltar um dado colocado pela Sra. Marlene.
Em Porto Alegre, os remédios são três vezes mais caros do que no
exterior. É de nós perguntarmos em Porto Alegre, Rio Grande do Sul: e essa
globalização? Quer dizer que existe uma globalização só para nos explorar,
quando, com relação ao que carecemos, a globalização, efetivamente, não existe?
Haja vista a questão dos medicamentos, dos remédios, que tem sido uma luta
constante desta Casa, pois as pessoas já não têm mais condições de comprar os
remédios.
Fica,
então, a nossa saudação à Senhora, e queremos dizer que nos colocamos, em nome
da Bancada do PDT, à sua disposição naquilo que pudermos contribuir. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra, de acordo com o art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
queria, em nome da Bancada do Partido Progressista Brasileiro e dos Vereadores
João Dib, Pedro Américo Leal e deste Vereador, cumprimentar a Sra. Marlene
Gazave pelo excelente trabalho e esforço que vem desenvolvendo para dar aos
seus pacientes e familiares uma melhor qualidade de vida.
Eu
gostaria de ratificar o Requerimento do Ver. Paulo Brum para que a Comissão de
Saúde desta Casa seja acionada no sentido de que realize esforços,
contribuindo, dessa forma, no atendimento de suas reivindicações, em especial
na reserva dos quatro leitos para seus doentes no Hospital de Pronto Socorro,
que diz respeito, diretamente, ao nosso Município.
Pedimos
a Deus, Dona Marlene que ele lhe dê forças e perseverança para que a Senhora
continue nesse seu trabalho sensacional em prol da saúde de parte da nossa
população..
E,
como diz sempre o nosso Ver. João Dib: saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a
palavra de acordo com o art. 206 do Regimento.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero
saudar a Sra. Marlene Gazave, Presidenta da AGAFAPE e, em nome da Bancada do
PFL, juntamente com o nosso Líder, Ver. Reginaldo Pujol, queremos ratificar o
Requerimento feito pelo Ver. Paulo Brum, no sentido de que a Senhora possa,
juntamente com a Comissão de Saúde desta Casa, ver contemplados estes dois
assuntos de extrema importância, referentes aos leitos e às medicações
especiais desses pacientes. Endosso o Requerimento do Ver. Paulo Brum, e espero
que a Associação possa entrar em contato com a Comissão de Saúde para que esse
tema possa ser levantado com maior detalhamento e aprofundamento por parte
dessa Comissão da Casa.
Obrigado
pela presença, Dona Marlene. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Sra. Marlene está-nos transmitindo que
a Associação vai encaminhar o Requerimento o mais breve possível.
Tem
a palavra o Ver. Renato Guimarães, de acordo com o art. 206 do Regimento.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sra.
Marlene. Em primeiro lugar, a nossa saudação à Associação.
Gostaríamos
de dizer que, de fato, a luta, no Brasil, por uma política de qualidade na área
da saúde mental é, sem sombras de dúvida, muito importante. Há anos realizamos,
acima de quaisquer fronteiras partidárias, toda uma luta no Congresso pela
mudança na forma de atendimento aos usuários na área da saúde mental, por uma
lei aprovada contra os manicômios, e que toda rede de assistência médica faça o
atendimento na área da saúde mental. Temos que fazer com que essa lei seja
aplicada verdadeiramente, por isso é importante, hoje, fazermos com que todos
os hospitais garantam leitos, com que a rede básica seja aparelhada e esteja
conscientizada da importância de atender e tratar o paciente na área da saúde
mental. Essa é uma luta grande que temos que fazer.
Sabemos
que a Associação acompanha a Comissão Municipal de Saúde Mental, que a
Associação tem cadeira nesta Comissão e acompanha os seus trabalhos. Essa
Comissão vem fazendo um trabalho importante em Porto Alegre na implantação dos
CAES (Centros Regionais de Atendimento na Área da Saúde Mental). Isso tudo é
muito importante para que a gente tenha uma assistência nesta área, que vá
desde a unidade básica até o serviço mais complexo. Entendemos que essa questão
da medicação é uma discussão, como a Senhora mesma disse, mais complexa. Como é
que um medicamento aqui no País custa quatro, cinco vezes mais caro do que lá
fora, quando vivemos numa economia globalizada, quando, hoje, em segundos,
podemos fazer uma movimentação de recursos?
Para
finalizar, tanto o encaminhamento do Ver. Adeli Sell, como o encaminhamento do
Ver. Paulo Brum vem a se somar no intuito de que esta Casa possa fazer contato
com o Ministério da Saúde, com a Secretaria Estadual e Municipal da Saúde, no
intuito de encaminhar as reivindicações aqui colocadas e que possamos, de fato,
colocar em prática a legislação aprovada na área, que é um avanço para o
usuário e para os familiares. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Dona Marlene, a Senhora pode perceber que
houve uma manifestação em nome das Bancadas. Como já referi a importância da
sua presença aqui, a Senhora poderá aquilatar que os nossos Vereadores, através
das suas Bancadas, estão não só sensibilizados como interessados também em
fazer o que estiver ao nosso alcance.
A SRA. MARLENE GAZAVE: Ver. Renato Guimarães, nós só teremos
condições de fechar os hospitais psiquiátricos depois de conseguirmos manter
essa rede de NAPs e CAPs funcionando. Nós tivemos, em janeiro, uma
representante da Associação em Brasília, quando da discussão da Lei, inclusive
com a presença de proprietários de hospitais, onde não foi possível ser votado,
porque a pressão foi muito grande para que continuem os hospitais
psiquiátricos. Essa outra distribuição de núcleos, para que possam funcionar,
efetivamente, nós precisamos de dinheiro para que sejam montados, quer dizer,
muito cedo, infelizmente, não teremos essa solução. Porque eu, particularmente,
sou contra a internação. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos agradecer pela sua presença. O
objetivo da Câmara Municipal é esse, a Tribuna Popular é um instrumento
altamente democrático. Recebemos aqui, afetuosamente, todos os segmentos da
sociedade, que podem-se manifestar até anti-regimentalmente, mas, em nome da
democracia, V. Exa. dialogou com os Vereadores
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos
às 14h44min.)
O SR. PRESIDENTE (às
14h47min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos às
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, quero comunicar a V.
Exa. e à Casa que recebi uma correspondência em meu gabinete e faço questão de
transmitir. Existe um programa, na Rádio Guaíba, que está completando dez anos,
que é o L’Eco d’Itália, que é feito para que a Colônia Italiana possa ser
reverenciada todos os domingos, das 8 às 9h30min, na Rádio Guaíba.
Requeiro
que seja enviada uma saudação, em nome da Casa, para cumprimentá-los pela
permanência no ar, dez anos em prol de uma colônia que é o orgulho de todos nós
que residimos no Rio Grande do Sul.
O SR. PRESIDENTE: Temos a maior satisfação em recolher o
Requerimento de V. Exa. e nos somamos a ele. Todos os domingos não há quem não
tenha, por um momento ou outro, escutado o programa desta grande colônia que
temos entre nós. Será feito um ofício em nome da Casa para saudar o L’Éco
d’Itália pelos seus dez anos.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra, em Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, Senhores, Senhoras, em especial da comunidade da Zona Sul de Porto
Alegre, que fazem, aqui, de maneira democrática, a sua reivindicação.
Srs.
Vereadores, eu me obrigo, mais uma vez, a vir aqui para falar de telefonia em
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no País.
Eu
queria fazer um apelo especial aos Vereadores que são engenheiros, que são
técnicos: que prestassem muita atenção ao que eu vou dizer. Ver. João Dib, V.
Exa. sabe que a telefonia não tem qualquer controle de medição? Nós temos no
Ministério de Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio um instituto chamado
INMETRO, que cuida das balanças e faz uma série de medições, acompanhamentos e,
em última instância, é uma instituição de defesa do consumidor, Ver. Pedro
Américo Leal. Mas e os telefones? Quem controla os telefones? Quem nos garante
que o impulso do telefone de nós cobrado tem uma medição correta? Ninguém! Em
nenhuma parte do País nós temos um controle sobre a medição do telefone.
Pessoas
que nos buscam na Casa, reclamando que estão lhes cobrando uma conta de um
telefonema dado num dia em que essa pessoa não estava em casa e não tinha
absolutamente ninguém lá; isso acontece. São os fantasmas que telefonam? Tanto
quanto eu sei, não há fantasmas. Quando se liga para um número e dá em outro
número nós podemos até achar que, como somos humanos, é possível se enganar,
mas eis que se liga novamente o número correto, Vereadoras Helena Bonumá e
Lenora Ulrich, e cai novamente em outro número. Algo está errado neste País;
algo está errado na CRT e na Telefônica, porque são muitos os erros. Não sou eu
apenas que o digo.
Eu
tenho lido a “Folha de São Paulo”, tenho lido o “Jornal do Brasil” e as queixas
são maiores do que nos jornais locais. Pergunto: por que tem tanta queixa
“Folha de São Paulo”, no “Jornal do Brasil” e em alguns jornais do Rio Grande
do Sul, quando em outros jornais do Estado não se lê nada? Nunca a telefonia é
notícia. É estranho! Em algumas rádios a telefonia é notícia, em outras não.
Por quê?
Eu
não perdi meu velho jeito de estudante, de líder sindical de fazer panfletagem.
Eu estou indo às ruas de Porto Alegre, porque estou estranhando isso.
Mandarei
cópia do meu pronunciamento à ANATEL, pois ela mandou uma carta para a CRT e
para mim para que eu seja mais específico sobre as denúncias de propinas. Ora,
senhores, eu escrevo uma carta para a CRT e digo: Senhora Fulana de Tal, tem inscrição de 1996, não foi ligado
o telefone; a vizinha teve o telefone ligado, porque foi este mês na telefônica
e pagou cinqüenta reais, setenta reais; eu tenho que provar que tem propina?
Ora, quem tem que provar que não tem é a CRT, não sou eu, porque em todas as
demandas que faço à CRT eu coloco nome e endereço, Ver. João Dib, e continua
acontecendo. Alguém está levando propina. Inclusive, eu falei com o Dr.
Marchesi, quero ajudar a CRT. Disse, inclusive, que há questões obscuras na
Empresa. Há gente que consegue o telefone, não paga, aí vai o vizinho, consegue
um outro número de telefone e tudo fica por isso mesmo.
O Sr. Fernando Záchia: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Adeli Sell, eu escuto V. Exa e só coloco uma dúvida: como V.
Exa. pode ajudar a CRT?
O SR. ADELI SELL: Fazendo o que estou fazendo. Toda a queixa
que chega aqui eu comunico à CRT, digo o que aconteceu, levanto os problemas,
levo à CRT, porque ela tem que tomar medidas, porque é a própria Empresa que
está sendo prejudicada e o povo também.
O Sr. Fernando Záchia: V. Exa já está ajudando, assim como todos
nós.
O SR. ADELI SELL: Exatamente, é esse o nosso papel, é isso
que eu faço, e por isso que eu falo desta tribuna. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar a presença entre nós
das entidades representativas da comunidade da Zona Sul, para manutenção dos
interesses do Plano Diretor. Inclusive trouxeram uma faixa, democraticamente.
Agradecemos a vocês. E quero dizer que a Comissão pediu uma prorrogação, que
foi deferida. Após, será feito um relatório das cento e dez Emendas que estão
sendo apreciadas na Comissão, e creio que na semana que vem nos debruçaremos
sobre o Plano Diretor. Hoje, na Ordem do Dia, devemos votar a Alteração da
Resolução por nós aprovada, que alterou o nosso Regimento, e que novamente
altera, no sentido de que as Sessões sejam nas segundas e quartas-feiras. Chamo
a atenção dos Srs. Vereadores no sentido de que temos que dar prioridade para
isso, pois o prazo que a Comissão Especial do Plano Diretor requereu terminará
na sexta-feira e, na semana que vem, iniciar-se-ão os debates e a votação
final. Agradecemos a presença de V. Sas. neste Plenário. (Palmas.)
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra, em Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
também cumprimentar as lideranças da Zona Sul, aqui presentes. Elas trazem uma
faixa dizendo: “Plano Diretor - Zona Sul quer ser ouvida.” Num primeiro
momento, tenho a impressão de que não houve a oportunidade de oitiva da Zona
Sul, de que não se abriu oportunidades a ela para trazer seus pleitos, suas
reivindicações, ou que quer continuar no debate.
Eu
pretendia discutir outras questões, mas, como estão presentes pessoas
representativas da Zona Sul, meu pronunciamento aqui será exatamente em função
desse mote, dedicando este espaço para algumas reflexões gerais, porque, a
partir da semana que vem, iniciaremos o debate específico sobre os diferentes
dispositivos que vão normatizar a vida de Porto Alegre, a sua criação, a sua
recriação, enfim, o que o Plano Diretor representa para uma cidade.
Uma
questão já quero colocar: temos que ter - vejam bem - todas as oportunidades
para, em Plenário, discutir o Plano Diretor. Temos que, na discussão, assegurar
a todos os Vereadores o debate, e que não se estabeleçam limites à discussão.
Quando o Projeto, as Emendas e o Parecer vierem a Plenário deve ser assegurado
o debate a todos os Vereadores, mesmo que tenhamos que levar um pouco mais de
tempo para que todos os Vereadores possam discutir a matéria. Sabemos, de
antemão, que vai ser uma luta ingente, serão muitas Emendas. O Plano Diretor
possui suas complexidades. Fica o meu Requerimento e reivindicação: que
discutam tantos quantos entenderem necessário, Emenda por Emenda, dispositivo
por dispositivo. Evidentemente, isso acontecerá.
Vamos
debater a Cidade. Tenho feito algumas reflexões sobre a Cidade e sobre a
importância do Plano Diretor. A Cidade com seu Plano Diretor é exatamente
aquilo que dissemos desde o início: é a forma para construirmos a imagem. Temos
que fazer, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a forma para as gerações futuras.
Temos que dispor na lei do Plano Diretor uma Cidade que facilite a vida, que
seja uma Cidade alegre, simpática, sadia, uma Cidade que se preste ao
desenvolvimento da vida dos nossos filhos, das gerações que virão. Não podemos
conceber uma cidade que não tenha essas conotações de ser própria para o
desenvolvimento da vida e de suas grandes funções.
Temos
de conceber uma cidade que represente a vontade democrática de seu povo e,
nesse sentido, vamos trabalhar para conceber um documento que estabelecerá os
parâmetros para a Cidade do futuro. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Saudamos o Sr. Dioni Bado, nosso ilustre
visitante, que é a pessoa que conduz o Programa L’Eco d’Itália, aos domingos.
Temos a satisfação por sermos ouvintes fiéis desse Programa. Parabéns pelos 10
anos de Programa que tem sucesso assegurado de audiência.
A
Vera. Helena Bonumá está com a palavra, em Comunicações.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
aproveito o período de Comunicação para fazer o registro da criação ontem, da
Ouvidoria da Justiça e da Segurança do Estado do Rio Grande do Sul. É um órgão
autônomo que representa a sociedade civil organizada e tem como objetivo servir
de ombudsman, de denúncia, de
porta-voz da população do Estado do Rio Grande do Sul, junto aos serviços de
segurança pública, principalmente os serviços prestados pela Brigada Militar,
pela Polícia Civil, mas também pelos demais órgãos da Secretaria de Justiça e
Segurança Pública, que é a Superintendência de Serviços Penitenciários, o
Instituto Geral de Perícias e o Departamento Estadual de Trânsito.
O
Dr. Luiz Goulart Filho, empossado ontem, inicia os trabalhos da Ouvidoria. Ela
é significativa para nós, porque vem atender a uma reivindicação antiga das
entidades e do Movimento de Defesa dos Direitos Humanos que, desde o tempo da
ditadura militar, luta para que o Estado incorpore a voz da população na
fiscalização dos seus serviços, principalmente, na área de segurança pública.
Sabemos as dificuldades, fruto do período da ditadura que vivemos, de
transformarmos, desde dentro, os órgãos policiais. Sabemos que o atual Governo
tem isso como objetivo.
Saudamos,
portanto, essa Ouvidoria que vem trazer um passo a mais, um passo efetivo para
que se articule, com a sociedade e com o Movimento de Defesa dos Direitos
Humanos, e, principalmente, Ver. Cláudio Sebenelo, para que o cidadão tenha uma
voz para fazer as denúncias, as reclamações, as sugestões necessárias para que
os serviços prestados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública se adaptem
mais às necessidades da população gaúcha.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereadora, sou um Vereador de oposição, mas cumprimento o
Secretário Bisol, não só por essa iniciativa, mas pela coragem que ele está
tendo de buscar inovações científicas, corretas, competentes. A figura de ombudsman na Secretaria irá trazer um
elo importantíssimo e um local adequado às queixas. Cumprimento, portanto, a
coragem do Secretário Bisol em relação aos problemas da área policial e da área
de violência no Rio Grande do Sul. É um projeto animador e dá esperança ao povo
do Rio Grande do Sul no que diz respeito à diminuição da violência. Parabéns!
A SRA. HELENA BONUMÁ: Muito obrigada. Referendando as palavras
do Ver. Cláudio Sebenelo, a Ouvidoria vem para adequar as práticas policiais e
os órgãos da Justiça e da Segurança Pública aos direitos humanos. É uma
reivindicação da sociedade civil e do povo gaúcho. Também é um compromisso, e
vem também consolidar algo que, para nós, é importante, do Governo Olívio
Dutra, da Administração Popular no Estado do Rio Grande do Sul de, com
democracia, exercer efetivo controle público de gestão. Essa é uma atividade
importante, um compromisso que estamos efetivando.
Em
nome da preocupação com a democracia e com o controle público sobre as
instituições, faço um gancho para transmitir que, hoje, nesta Sessão, estamos
esperando a retratação sobre as calúnias que o nosso Partido sofreu na Sessão
de segunda-feira por parte de alguns Vereadores, principalmente da Ver. Clênia
Maranhão e do Ver. Luiz Braz. Eles vieram, em nome da democracia, em nome da
defesa da democracia, acusar o PT de ter cometido uma violência no Centro da
Cidade através de um espancamento. Hoje os jornais demonstram que está
comprovado que o PT não tinha nada com aquele episódio. A preocupação que tenho
é que essas pessoas, em nome da democracia, antes de verificarem, usam a
tribuna da Câmara, o nosso Canal de Televisão para fazer uma denúncia
infundada. Isso não é uma prática democrática. O cidadão de Porto Alegre está
assistindo e começa a cansar com essa prática, não aceita mais isso. Vivemos
numa Cidade democrática, existe cidadania! Existe controle público sobre as
instituições, inclusive sobre esta Câmara.
Há
de se ter muita responsabilidade para se usar este microfone e fazer a
denúncia. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu
amigo Dioni Bado do L’Eco d’ Itália, Lideranças da Zona Sul da Cidade,
Funcionários e Funcionárias, Senhoras e Senhores; Ver. Pedro Américo Leal,
dirijo-me a V. Exa., que está prestando atenção no que acontece na tribuna.
A
Vereadora que me antecedeu afirmou que é infundado nosso pronunciamento,
responsabilizando o PT em relação ao espancamento, de forma bárbara, de um
líder comunitário que estava distribuindo um panfleto contrário aos interesses
da Administração Petista nesta Cidade. Isso não pode ser desmentido, porque o
panfleto foi distribuído, depois, aqui nesta Casa. E foi dito, também, pela
Vera. Clênia Maranhão e, posteriormente, por este Vereador, que a pessoa que
espancou o Luís Severo, no Centro da Cidade era alguém vinculado ao Partido dos
Trabalhadores. A Vera. disse o seguinte: “ele não tem nada a ver com o Partido
dos Trabalhadores, porque o jornal divulgou que ele era do PC do B - Partido
Comunista Brasileiro.”
Então,
digo: o cidadão que estava na Rua da Praia, numa banquinha, que não sei quem
lhe deu a concessão, mas quem lhe deu deve ser alguém da Administração Popular,
para vender bandeirinhas do Partido dos Trabalhadores, botons do Partido dos
Trabalhadores, material para divulgar o nome do Partido dos Trabalhadores. Se
esse homem está ainda com ficha no Partido Comunista Brasileiro é porque quer e
tem tudo para ser do Partido dos Trabalhadores. Ele trabalha para o Partido dos
Trabalhadores. Ele está, na verdade, fazendo a função dele em prol do Partido
dos Trabalhadores. E, depois de agredir o Severo, este cidadão, que hoje esteve
visitando os gabinetes petistas, saiu cantando a Internacional Socialista em
espanhol.
Bem,
Ver. Pedro Américo Leal, não podemos adivinhar em que Partido este cidadão
estava filiado. Agora, que ele estava defendendo os interesses do PT, estava;
e, defendendo os interesses do PT, agrediu de forma bárbara uma pessoa que
queria apenas divulgar o seu trabalho, divulgar as suas idéias. É a mesma coisa
que alguém chegar aqui e ser contrário às idéias que estamos pregando na
tribuna. E, nós, ao descermos daqui, agredirmos essa pessoa por não
concordarmos com ela. O Partido dos Trabalhadores e os Partidos da esquerda
radical sempre foram contrários à censura, onde outras pessoas não poderiam ter
direito a voz, quantas vezes ouvi aqui discursos para que os pequenos Partidos,
para que as minorias pudessem se manifestar. Mas, agora, esses mesmos Partidos,
essas mesmas pessoas, agora querem impedir que na Rua da Praia possa haver
manifestações contrárias aos seus interesses, ou mais, denunciando as
barbaridades que se faz com a população desta terra e as mentiras que são
contadas. Quando alguém vai e tenta fazer essas denúncias na Rua da Praia, vem
lá um cidadão, que deve ser um lutador, um cara muito forte e agride o Luiz
Severo, que todos mundo conhece, um líder comunitário, ele é fraquinho, ele é
franzino, mas é um cara muito trabalhador, é um homem que duvido que alguém o
acuse de algum dia tê-lo visto sem estar trabalhando em prol da comunidade.
Sempre esteve trabalhando pela comunidade, pregando as sua idéias.
Agora,
vem Vereador do PT aqui e diz que nós, outros Vereadores, não podemos também
vir a esta tribuna para dizer as mentiras que são contadas por eles em todos os
cantos, bem como defender que um líder comunitário possa estar na Rua da Praia
pregando as suas idéias, ainda que estas idéias sejam contrárias aos interesses
deste Partido que se encastelou no Paço Municipal há quantos anos e a que
população não agüenta mais. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, em
Comunicações.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o nobre
Ver. Luiz Braz falou da Internacional Socialista e eu não posso deixar passar
esta oportunidade para cumprimentar o Serviço de Relações Públicas da Câmara e
também o nobre Ver. Juarez Pinheiro, pela sensibilidade demonstrada pelo
Vereador que presidia a Sessão e pela competência do Serviço de Relações Públicas.
Ontem,
havia uma determinação que a Sessão em homenagem à Revolução Cubana fosse
encerrada assim: (Lê.) “Finalizando esta Sessão Solene, convidamos a todos
para, em pé, ouvirmos a Internacional Socialista.” O Vereador, presidindo os
trabalhos e sabendo da minha preocupação, colocou da seguinte forma: “Ouviremos
...”
(Aparte
anti-regimental.)
Sr.
Presidente, o único desaforo que eu não aceito é dizerem que eu não esteja
falando a verdade. E não há de ser o Ver. Renato Guimarães que vai colocar uma
inverdade em minha boca, porque só os tolos mentem. V. Exa. não vai esclarecer
coisa nenhuma! Vai aprender a ouvir com dignidade! Se há uma coisa que me
aborrece, é dizerem que eu menti! Safado, podem-me chamar, se quiserem; mas,
não de mentiroso! Quem me chamou de mentiroso, pode ser safado!
Eu
não sou nenhum irresponsável, porque assim se encerrou. Peço os Anais da Casa
para que seja confirmado o que eu estou dizendo agora.
Após
a audiência da Internacional Socialista, ouviremos o Hino do Estado do Rio Grande
do Sul. E não está escrito aqui.
Sr.
Presidente, estou requerendo a cópia dos Anais da Câmara, quando do
encerramento da Sessão de ontem, porque eu não admito ser chamado de mentiroso,
ainda mais por quem não tem preparo para falar em verdade ou mentira.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, antes de mais nada, quero dizer, para esclarecimento
de V. Exa., como integrante da Mesa Diretora, que não havia, rigorosamente, uma
determinação da Mesa; havia um pedido e que se fosse consensual se tocaria. Mas
penso que V. Exa. andou bem, porque entre o Hino Rio-Grandense, que é praxe
nesta Casa, e a Internacional - digo a Internacional, porque a Internacional
Socialista, Vereador, é um movimento que congrega dirigentes políticos
socialistas e sociais democratas do mundo inteiro, o Sr. Leonel Brizola é um
dos vice-presidentes, e várias pessoas de destaque já foram presidentes dessa
instituição. Esclareço V. Exa.. sobre isso,
e o cumprimento pela certeza da colocação de ter optado pelo Hino
Rio-Grandense.
O SR. JOÃO DIB: Agradeço a V. Exa. pelo aparte, Ver.
Isaac Ainhorn. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não sou um jurista, sou
engenheiro civil, mas sou um homem de bom senso, e o Direito não é só o que
está escrito e feito através de leis, existe o Direito Consuetudinário, e esse
diz que as nossas Sessões Solenes se iniciam com o Hino Nacional e se encerram
com o Hino Rio-Grandense, e assim eu queria que acontecesse ontem; assim
aconteceu, por isso cumprimentei o Ver. Juarez Pinheiro.
Mas,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que me desagrada profundamente, além de
tentarem me inculcar uma inverdade, o que não fica bem na minha personalidade,
porque os homens inteligentes não mentem, falam sempre a verdade, só os tolos
mentem, é a desfaçatez da Administração Prefeitoral. Eu não aceito esse tipo de
coisa.
Na
segunda-feira lutei pela aprovação de um Projeto de Lei do Prefeito e coloquei
naquele Projeto de Lei que a Lei nº 7770 devesse ser respeitada, que esta Casa
devesse ser respeitada. Aprovamos a lei, abrindo setenta e cinco vagas para
professores. Não havia por que utilizar indevidamente a Lei nº 7770, e no dia
de ontem contratar professores. E até aqui alertando que dois ou três deles são
concursados, os outros não.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tinha razão quando queria que a Lei nº
7770 fosse cumprida e que esta Casa fosse respeitada. Votamos com urgência, com
celeridade, demos ao Prefeito os cargos que ele pediu e ele nos joga na face
mais cartas-contrato. Muito obrigado. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra em Comunicação de Líder pelo PMDB.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e
Lideranças Comunitárias que acompanham os nossos trabalhos. Na Sessão passada,
ocupei esta tribuna, vindo direto da Rua da Praia, da Esquina Democrática e
denunciei, com a veemência que era necessária, um covarde ato de agressão
física ao líder comunitário que todos nós conhecemos, uma pessoa extremamente
pacífica de cinqüenta anos de idade, que foi barbaramente agredida por um
militante político que estava dentro daquela banca que, inexplicavelmente, está
localizada no meio da rua. É uma banca cercada de bandeiras do PT, do Partido
dos Trabalhadores. Descobrimos, de lá para cá, que, também, ocupa esta banca,
além do Partido dos Trabalhadores, os partidos que são aliados do Partido dos
Trabalhadores na Esquina Democrática.
Acho
fundamental a liberdade partidária, de expressão, de pensamento e que todas as
pessoas possam distribuir material de seus partidos. Respeito todos os
partidos. O que o porto-alegrense não entende é por que, apenas e sem nenhuma
autorização, no meio da rua tem uma banca dos partidos que apoiam a Prefeitura,
na Esquina Democrática. Na esquina que nós conquistamos, indo para as ruas,
garantindo espaço de distribuição de material político naquela Esquina.
Na
época da ditadura, nós que procuramos conquistar a democracia neste País, fomos
muitas vezes impedidos de distribuir ali o nosso material.
Antes
de ontem, exercendo o nosso legítimo direito de fazer uma crítica política à
Administração do PT na Prefeitura de Porto Alegre, fomos às ruas, na Esquina
Democrática que nós conquistamos com o nosso esforço, com a nossa participação
política, com o nosso exercício de cidadania distribuir um material. Não fazia
dez minutos que chegávamos àquele local, o líder comunitário foi bárbara e
covardemente espancado por um militante político que estava naquela banca
cercada de bandeiras petistas. Eu não quero dizer com isto, Srs. Vereadores,
que todos os Vereadores do PT sejam favoráveis a essa agressão. Foi isso que eu
denunciei aqui, Ver. Décio Schauren, denunciei um fato. Eu jamais imaginaria
que V. Exa. concordasse com essa violência; acredito que não. Foi um militante
que estava lá. A Imprensa noticiou que esse militante que apoiava a Prefeitura
de Porto Alegre, era um militante do PC, do Partido Comunista. Então, se tenho
uma retificação a fazer, faço publicamente, é que o militante é da Frente que
apóia a Prefeitura, não é do Partido Majoritário da Prefeitura. Certo? Então
retifico esse detalhe. Pelo fato de eu usar esta tribuna e denunciar esta
violência, denunciar este agressor, eu fui vítima de acusações seriíssimas por
parte do Líder do PT, que tentou inclusive dizer que eu era também agressora.
Depois o Sr. modificou o seu discurso, Vereador. Acontece que neste momento eu
queria recolocar a V. Exa. que realmente se aquele militante não é do PT estou
colocando aqui, sem nenhuma dificuldade, mas isso não diminui a gravidade da
acusação e da tentativa da expressão do pensamento da divergência daqueles que
não concordam com o Executivo. A esquina Democrática é um espaço que nós
construímos para a livre manifestação dos pensamentos. É inadmissível que
qualquer Partido, de qualquer parlamentar possa tentar justificar o ato de
violência.
O
que estou querendo colocar aqui é que se alguém do meu Partido fizer uma
agressão física, é a minha obrigação, é a minha responsabilidade, não compactuar
com isso. O que é inadmissível é uma agressão a uma pessoa, porque ela está
distribuindo panfleto político. Mas o que é mais inadmissível é que alguma
liderança política tente justificar isso. Se nós permitirmos que isso continue
acontecendo, de que valeu a nossa luta pela democracia? Nós temos que ser
contra qualquer arbitrariedade e qualquer violência.
Para
concluir, Sr. Presidente, quero reafirmar todas as denúncias que fiz do ponto
de vista da denúncia, da violência e da agressão. Quero fazer a correção
pública, se é verdade aquela notícia da imprensa, que aquele militante era
militante do PC, eu quero retificar. Ele estava junto com o material do PT,
junto com os Partidos que apóiam a Prefeitura. Mas neste caso realmente ele era
um militante da Frente chamada Popular, e não do Partido dos Trabalhadores. A
gravidade do ato, a agressão e a punição do agressor tem que ser perseguida,
independente de qual seja a sigla. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra, em Comunicações.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
primeiro lugar a verdade dos tolos é a seguinte: ontem, a Sessão Solene foi
aberta com o Hino Nacional, houve toda uma programação com várias músicas,
entre elas a música da Internacional Socialista, e foi encerrada conforme a
rotina das Sessões Solenes nesta Casa, com o Hino do Rio Grande do Sul. Em
nenhum momento, pensou-se ou mesmo se pensaria em substituir o Hino do Rio
Grande do Sul pelo Hino da Internacional Socialista. Houve um Vereador que
discordou de que o Hino da
Internacional Socialista fosse tocado e retirou-se do Plenário. É um direito
desse Vereador, ele se retirou e não ouviu o Hino da Internacional Socialista,
mas o Hino foi tocado, inclusive algumas músicas sobre Cuba foram tocadas e a
Sessão Solene foi encerrada conforme o protocolo, ou seja, com o Hino do Rio
Grande do Sul. Essa é a verdade dos
tolos.
Eu
gostaria de falar um pouco sobre o episódio da Esquina Democrática. De fato, a
Esquina Democrática é a esquina de todos nós, cidadãos desta Cidade, deste
Estado e, por que não dizer, deste País. O Partido dos Trabalhadores
historicamente organiza, naquela Esquina, a sua banca; o Partido Verde
historicamente coloca a sua banca lá; o PC do B, PPS, PCB e vários Partidos
colocam bancas na Esquina Democrática. Eu desconheço, na história desta Cidade,
que o PMDB tenha colocado banca na Esquina Democrática, quem sabe comecem a
fazer agora, eu acho que isso é legítimo. Há espaço para as bancas dos diversos
Partidos.
Faço
uma pergunta aos partidos do conservadorismo deste Estado e deste País: por
que, até hoje, não colocaram banca na Esquina Democrática? A esquerda vem
historicamente ocupando esse espaço, colocando banca ali, acredito que isso não
pode ser questionado.
O
episódio envolvendo uma briga entre o militante do movimento comunitário,
Severo, com um militante de outro movimento comunitário do Partido Comunista
Brasileiro é um episódio que nós já afirmamos aqui nesta Casa que nós repudiamos,
porque a esquerda sempre foi saco de pancadaria de diversos partidos. Não somos
nós que vamos começar briguinhas, não, pelo contrário, nós sempre apanhamos.
Quem não se lembra de Caxias do Sul? Quem foi que começou aquela confusão, no
comício do Lula? Não somos nós que vamos sair para esse caminho da baixaria.
Não estamos acostumados a receber as pauladas da baixaria. Eu mesmo, em 88, fui
vítima, na Avenida Azenha. Nós estávamos colando uns cartazes, uma Kombi parou,
e eu recebi pauladas e tudo. Há registro disso na delegacia. Vários militantes
do PT e da esquerda têm registros de agressões que receberam. Eu acho que isso
não é correto. Lado nenhum pode fazer isso! O debate tem que ser aqui dentro,
tem que ser um debate político e, dali para fora, nós temos que manter as
nossas individualidades numa boa, mas, aqui dentro nós temos que manter o
debate político. É esse o debate que eu quero fazer, Ver. Fernando Záchia, Ver.
Luiz Braz, Ver. João Dib, - me desculpe se o chamei de mentiroso, não era esta
a minha intenção - , mas a verdade sobre a Sessão de ontem não foi dita, aqui,
da maneira como o V. Exa. colocou, e eu fiz questão de restabelecer a verdade.
Mas
eu gostaria de finalizar dizendo que sei o motivo da aflição do Ver. Luiz Braz,
do Ver. João Dib: “Rejeição de Fernando Henrique ultrapassa índice de Collor”.
É isso aqui que está assustando o Ver. Luiz Braz, o Ver. João Dib. No período
do impeachment do Collor a rejeição
ao Presidente não era tão grande como é agora. Não é o PT que está dizendo, é o
Instituto Vox Populi que está dizendo que a rejeição ao Presidente Fernando
Henrique é de 59% . Índice maior de rejeição, Ver. Cláudio Sebenelo, do que o
do Presidente Collor, no momento do impeachment.
O Presidente Fernando Henrique tem 59% de rejeição da população brasileira. É
isso, Ver. João Dib! É isso, Ver. Luiz Braz, que está deixando vocês com um
formigueiro na cadeira! Nós fazemos questão de dizer: Fora Fernando Henrique! O
povo não agüenta mais este Governo! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar a presença do Ver.
Carlos Finck, do PTB, de Novo Hamburgo. É um prazer tê-lo, aqui, Vereador,
sinta-se à vontade. O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra, em
Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
cheguei no Plenário, repentinamente, e ouvi o balbuciar da intervenção do Ver.
Renato Guimarães. É verdade! É verdade que o Presidente Fernando Henrique
apresenta um índice de rejeição de 59%, ao passo que neste Estado apareceu,
ontem, num programa de rádio, uma aceitação de Fernando Collor. Então eu vejo
que a aceitação de Fernando Collor é de quase 51%, e eu pergunto ao Ver. Renato
Guimarães, e daí? Eu fui um dos críticos, durante quatro anos, desse Governo, e
não foi o PT que me orientou. Apresentei um manifesto dos militares, que é um
grito de revolta, quase que um brando, porque depois que apareceu o Ministério
da Defesa nós, praticamente, ficamos contidos. Mas o grito de revolta que os
militares nacionalistas apresentaram à Nação, porque nada puderam fazer. Mas,
eu pergunto a V. Exa.: e daí, Vereador, o que nos espera? Fernando Henrique?
Fernando Collor? Para onde vamos? Qual é o líder que vai-nos conduzir? Não
temos líder! Estamos diante de um impasse muito sério.
Hoje,
ouvindo esse Programa Cidade Viva, percebi o grande carro de fogo, a grande
mensagem do PT através do Orçamento Participativo que é, na verdade, o grande
“slogan” que o PT tem. Pois o Orçamento Participativo é um plano diabólico. Eu
o classifiquei de diabólico, por quê? Porque ele burila, ele tapeia, ele
modifica a idéia e todo idealismo do povo simples dos bairros, e logra
ludibriar a atenção desta gente simples em prol da sua campanha. Lembrei a V.
Exas. que o Orçamento Participativo é possível nos Municípios. É do Orçamento.
É do Prefeito. Avisei aos Deputados Estaduais, muito antes de chegar lá o
Orçamento Participativo: V. Exas. se preparem porque vai aparecer por aí um tal
de Orçamento Participativo que vai desassossegar todo trabalho do Parlamentar.
Já fui Deputado, sei o que é isso.
Os
Deputados têm vindo aqui falar comigo e os tenho alertado de que o COREDES e o
Orçamento Participativo, levados para os Municípios, são ilegais. Ilegal, por
quê? Porque V. Exas. sabem que um tal de Montesquieu conseguiu firmar alicerces
famosos e fortes para a democracia, onde não se permite, derivando a
conseqüência das idéias, que entrem no Município, que interfiram no poder do
Prefeito. O Prefeito tem o direito de governar o seu Município. Os COREDES, do
ex-Governador Collares, e o Orçamento Participativo do PT, no Município do
interior são ilegais. Os dois são ilegais. Não são cabíveis, porque V. Exas.
sabem que, com delegados dentro dos Municípios, o Prefeito perde toda sua
majestade, toda sua capacidade de governar. Alertei os Deputados que têm vindo
aqui na Câmara. V. Exa. disse que descobriu quem era, Ver. Giovani Gregol. Era
eu, pois o Orçamento Participativo, em âmbito da Assembléia Legislativa, não é
cabível, nem os COREDES são possíveis. São quatrocentos e tantos Prefeitos no
Rio Grande do Sul que têm o direito de governar como quiserem. Não podem
imiscuir-se com delegados, ou se deixar influenciar economicamente, dividindo
Municípios, criando líderes, criando influências espúrias e implantando um
segundo poder. Não é possível! É preciso que V. Exas. se alertem para o fato de
que o Orçamento Participativo e os COREDES, em âmbito estadual, são ilegais.
V.
Exa., Ver. Elói Guimarães, que é um jurista, Presidente da principal Comissão
desta Casa, pense no que estou dizendo: não é possível se introduzir o
Orçamento Participativo e nem os COREDES em âmbito estadual. Eles interferem
dentro da potestade do Município, no âmbito municipal, interferem na política,
na economia e, conseqüentemente, o Prefeito não governa. Só se ele for do PT,
onde se dá hoje, coincidências de propósitos.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Pedro Américo Leal, eu pediria a V.
Exa. a gentileza de concluir.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Aqui fica o recado, pensem no que eu
acabei de dizer: o Orçamento Participativo e os COREDES, em âmbito estadual,
são ilegais! V. Exas. não podem perceber, não podem imaginar que um Prefeito
receba delegados de um Partido do Governo, que entram no Município, dividem o
Município, constituem líderes e fica tudo por isso mesmo! Quem governa? O
Prefeito? Não! Acho que o PT terá muito que pensar nisso. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra, no
período de Comunicações.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não sei
se o Coronel está com toda essa “bola” de orientador da Assembléia Legislativa.
Mas, certamente, o Ver. Pedro Américo Leal, é muito claro na sua posição e não
usa máscara. Tem que se fazer justiça, ele é contra a participação popular,
acha que conflita com a democracia representativa, diz isso e não usa máscara,
não usa tergiversação. É uma posição que eu respeito, embora discorde
profundamente.
Mas,
esta Câmara Municipal tem coisas sui
generis, às vezes. Os funcionários que trabalham aqui deveriam ter uma
gratificação de insalubridade, porque isso aqui é insano. Vejam o tipo de
argumento que se usa nesta tribuna. O Ver. Luiz Braz vem aqui e diz: “Como eu
poderia saber que aquele militante que bateu era do PT?” E com isso ele pretende
justificar que ele vem à tribuna e diz que tal militante é de tal partido
simplesmente porque não pode saber, antecipadamente, se é ou não é. É aquela
história: primeiro atira para depois perguntar quem é. Isso é de uma lógica que
é capaz de fazer o Aristóteles se revolver no túmulo, que está lá há mais de 2
mil e 300 anos. Essa é uma lógica fantástica. “Como eu iria saber que aquele
militante é do PT?” Portanto, estou autorizado a dizer que é do PT, quando nós
sabemos - e o Ver. Renato Guimarães já referiu - que entrar também em banca não
é indício de nada, porque lá no comício do Collor, durante mais de um ano, ele
fez a sociedade acreditar que aqueles militantes, com a camisa do PT eram do
PT! E não eram.
Então,
tem que haver mais critério para que esta Câmara se torne um espaço de maior
seriedade. E os telespectadores que assistem o nosso Canal 16 poderem-se
orgulhar da Câmara Municipal que têm, porque esse tipo de argumento,
sinceramente, rebaixa o debate político nesta Casa.
Outra
questão é esta de se dizer: “Bom, se ele era da Frente Popular, tanto faz”.
Daqui a pouco vou dizer que o PMDB é responsável por todas as falcatruas, por
todos os desmandos, todas as sacanagens contra o povo brasileiro, que o Toninho Malvadeza vem fazendo, porque todo
mundo está apoiando o Fernando Henrique. Então, se essa lógica vale para a
Administração Popular, para chegar aqui misturar PT, PC do B, etc, vale também
para outro campo que apoia o Fernando Henrique. Ah, mas aí não! Nessas horas
não tem partido, a oposição aqui são Vereadores que às vezes não têm história,
não apoiaram a ditadura, outros não bateram em nós na calada da noite com
correntes, não apoiaram o Collor e aí ninguém tem história, ninguém tem Partido
e esses não são responsáveis por militantes. Agora, o PT é cobrado por ter
história, por ser administração e pela atitude - suposta - dos seus militantes.
Por quê? Porque somos um Partido, e nos orgulhamos disso. Por isso, quero pedir
a coerência dos Vereadores que vêm aqui fazer colocações irresponsáveis.
Mas
não ia falar sobre isso hoje, vou falar sobre a questão da Segurança. Nós
criamos um movimento, na Grande Santa Rosa e arredores, que hoje já tem mais de
vinte entidades participando, sobre a Segurança, porque cada vez está pior. A
minha filha, por exemplo, já foi assaltada, este ano, por duas vezes na porta
de casa. Eu havia pedido um levantamento para os ônibus da CONORTE, porque, só
no mês passado, aconteceram quarenta e dois assaltos - agora, as coisas estão
acontecendo. A situação está-se agravando, e isso não é só em Porto Alegre, mas
em toda parte, porque a questão da violência e do roubo tem relação com a
profunda crise moral, especialmente, a econômica e o desemprego que vivemos.
Nós
fizemos uma assembléia, reunimos mais de cento e cinqüenta pessoas, convidamos
- quero deixar aqui publicamente a minha crítica - o Secretário, fui
pessoalmente, com a Comissão, pedimos a ele que convidasse a Polícia Civil. Não
foi nem a Polícia Civil, nem o Secretário e nem mandou representante. Em sinal
de protesto, e com o apoio deste Vereador, colocamos duas cadeiras vazias: uma
para o Secretário Bisol e outra para o Comando da Polícia Civil.
(Aparte
anti-regimental.)
A
Brigada Militar não, a Brigada, ao contrário da Polícia Civil, está
participando do movimento. Temos que fazer esse registro.
Deixo esse registro, porque não aceito e não
concordo com isso. O movimento fez um documento, que hoje, inclusive, vamos
decidir com a direção do movimento, como é que vamos fazer para entregar ao
Secretário Bisol. Existe, inclusive, um posição do movimento que se vá ao
Palácio Piratini entregar esse documento, onde estamos exigindo providências
urgentes para a questão da Segurança na região. É claro que nós sabemos que não
é só a questão da repressão, da Segurança em si, mas queremos, também, política
de geração de renda e abordar a questão da Educação. E, entre outras coisas,
queremos acabar com a terra de ninguém que existe entre Alvorada - e isso é
histórico, a polícia de Alvorada não entra em Porto Alegre e vice-versa, a
Brigada e a Polícia Militar não se entendem.
Queremos
a polícia montada, queremos parte dos brigadianos que foram liberados quando da
municipalização do trânsito em Porto Alegre. Queremos instituir um Conselho de
Segurança na região com a participação, não só da comunidade, mas com a
participação efetiva de representantes da Brigada e da Polícia Civil.
Nós
estamos fazendo um movimento forte chamado Fórum da Cidadania. Estamos atacando
a Segurança e, posteriormente, atacaremos outras questões. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antônio Losada está com a palavra
em Comunicações.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós
queremos comentar, inicialmente, um Projeto nosso que está tramitando na Casa,
que diz respeito à prestação de serviços em supermercados. Trata-se dos
empacotadores.
Hoje,
a premência do tempo e a intensa atividade das pessoas ocasionam alguns
obstáculos para alguns consumidores que, ao se dirigirem às caixas
registradoras, estas têm que prestar o serviço simultâneo de fazer o pagamento
dos respectivos produtos e proceder ao empacotamento das mercadorias.
O
lucro acumulado pelos supermercados é imenso. Trata-se de bilhões de reais.
Portanto, esse tipo de prestação de serviço pode ser assumido pelos
proprietários de supermercados, já que essa fragmentação de tempo por ocasião
do pagamento dos produtos nos caixas dificulta o dinamismo, o dia-a-dia, dessa
massa de consumidores que acorrem às redes de supermercados.
Nós
queríamos, também, parabenizar o Governo do Estado, parabenizar o Secretário da
Segurança Pública, Dr. Bisol, por ter inaugurado, ontem, a Ouvidoria de
Segurança. Trata-se da indicação do Dr. Luís Goulart Filho, advogado
criminalista de renome no nosso Estado, que, sem dúvida, vai prestar um grande
serviço no sentido de facilitar as investigações, no sentido de ouvir as
pessoas mais humildes, que não têm a quem recorrer quando sofrem perseguições
policiais ou de qualquer natureza. Esses cidadãos terão a quem recorrer. O
Governo do Estado, por seu Secretário da Segurança, está feliz por inaugurar a
Ouvidoria, e está satisfazendo os anseios da nossa população quando escolhe um
nome como o de Luís Goulart Filho, que tem prestado um grande serviço à luta em
favor dos Direitos Humanos.
Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, nós também queríamos comentar os acontecimentos
ocorridos na Esquina Democrática. Vários oradores, aqui, acusaram o Partido dos
Trabalhadores pelo incidente ocorrido naquela Esquina. Aquela Esquina é fruto,
sem dúvida, da luta democrática, ela é uma grande referência para as
liberdades. Agora, essas liberdades devem ser conservadas pela maioria, essas
liberdades devem ser respeitadas. Portanto, nós do Partido dos Trabalhadores
não temos essa prática covarde de agredir quem quer que seja. Embora pudéssemos
apontar, aqui, as agressões que nós, pessoalmente, sofremos no processo de
democratização, não vamo-nos referir aos processos da ditadura, e os que
antecederam a ditadura, porque estes não têm comparação, pela covardia. Houve agressividade
sobre os cidadãos, com respaldo em uma ordem jurídica totalmente ilegal,
totalmente irresponsável.
Queremos
registrar que o Partido dos Trabalhadores, pelos seus militantes, não pratica
este tipo de violência.
A
Ver. Clênia Maranhão tem-se pronunciado a respeito desses incidentes, refere-se
a uma pessoa que está próxima da banca que vende os símbolos do Partido dos
Trabalhadores, não significa que essa pessoa seja comprometida com o nosso
trabalho.
Hoje,
o Partido dos Trabalhadores é um dos maiores do Estado, não só em número de
militantes, de filiados, como de simpatizantes. É um partido comprometido com
as causas populares e com as lutas pelas liberdades públicas e democráticas.
Portanto,
temos a certeza de que esses fatos, esses acontecimentos, - temos toda a
tranqüilidade em dizer -, não constam na história do Partido dos Trabalhadores,
que não esse tipo de agressividade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Giovani Gregol está com a
palavra, em Comunicações.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este
humilde Vereador, mais humilde ainda na qualidade de primeiro Suplente da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, tem, por isso mesmo, poucas oportunidades
de privar da honrosa companhia dos colegas, dos funcionários e dos amigos - e
temos muitos - desta Casa.
Nós
constatamos, depois de termos ficado por oito anos como Vereador, e já
freqüentávamos antes esta Casa há muito tempo, como liderança da sociedade
civil, principalmente no movimento ecológico, vemos que algumas coisas mudaram
nesta Casa; algumas para melhor como o novo Plenário, o placar eletrônico, que
nem sempre funciona. Porém, algumas coisas, infelizmente, ainda continuam as
mesmas, no mau sentido. Vejam só, Srs. Vereadores, eu fiquei oito anos nessas
cadeiras e sempre me queixei publicamente, violentava-me interiormente e nunca
entendia coisas que não contribuem para nada.
Talvez
eu esteja aqui “chovendo no molhado”, pois a maioria dos Vereadores, com
exceção dos da minha Bancada, não prestam atenção no que se fala e acham que
não é importante. A Vera. Clênia Maranhão diz que não é verdade, e eu registro.
Por exemplo, é importante o que ocorreu na Sessão passada, segunda-feira,
quando os trinta e três Vereadores - é bem verdade que alguns contrariados,
como eu, não por minha culpa ou responsabilidade - gastaram cerca de duas horas
e meia do dinheiro dos contribuintes porto-alegrenses para discutir se o
Prefeito desta Cidade, Dr. Raul Pont, deveria ir ou não, em caráter oficial,
viajar durante alguns dias para representar este Município e tratar de assuntos
de eminente interesse deste Município em várias cidades do Canadá, que é o País
do mundo que hoje se considera tenha a melhor qualidade de vida.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
O SR. GIOVANI GREGOL: Não vou lhe conceder o aparte neste
momento, Ver. João Dib, por um motivo muito simples: eu penso que V. Exa. não é
coerente, sem querer ofender, e digo isso como amigo, pois V. Exa. é um dos
Vereadores que vem aqui, criando essa situação que, como dizem muitos
filósofos, seriam cômicas, se não fossem trágicas. Logo aqueles Vereadores que
tanto falam em probidade, gastar duas hora e meia de uma Sessão, dos trinta e
três Vereadores que representam esta Cidade,
discutindo se o Prefeito Raul Pont deveria cumprir as suas obrigações,
ou não.
E,
depois de encherem morcela durante duas horas e meia, ainda votam a favor, como
fez esse Vereador. Por isso eu não gostaria de dar aparte a V. Exa., Ver. João
Dib, porque não é do seu feitio. V. Exa prima pela coerência, mas dessa vez,
não foi coerente.
Perdemos
tempo, deixamos de discutir o mérito dos Projetos que estavam em Pauta, para
discutir abobrinhas e depois votar a favor. Só para prorrogar a Sessão. Eu não
sei se os Vereadores notam, mas os telespectadores certamente sabem da
situação, porque Porto Alegre não é uma ilha, em que se encontra Porto Alegre.
O Brasil se encontra à beira de uma grande convulsão social . O desemprego, que
nunca foi tão alto em toda a história, 500 anos de história registrada, e eu
sou professor de História.
O
nosso Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, conseguiu, através
das pesquisas manipuladas por eles, cair abaixo dos índices de impopularidade
que o Collor de Mello teve durante o processo de impeachment.
Olhem
o que a greve dos caminhoneiros fez ao nosso País, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores!
E
há Vereadores que acham bacana, acham legal, até pode ser, mas eu não considero
legítimo.
Não
estou culpando ninguém em particular, foram vários, mas é lamentável, eu que
venho pouco a esta Casa, mas quando aqui chego, vejo que, ao invés de discutir
assuntos de real valor e interesse dos quase um milhão e meio de cidadãos desta
Cidade, fico estarrecido, indignado de ficar mais de duas horas e meia em uma
Sessão, sentado, para que alguns Vereadores discutam abobrinhas, para que
alguns Vereadores digam que era do PT quem eles não sabiam quem era, que
insistam nessa bobagem de alguém que não é, seja, negando a lógica elementar,
inclusive aristotélica, como bem apontou aqui o Ver. José Valdir.
Quer
dizer, estamos sentados à beira de um vulcão, vamos ver o que vai acontecer,
vamos voltar ao debate. Se eu tiver a oportunidade, nesta Sessão ou em outra
próxima, Ver. João Dib, eu darei todo o tempo para V. Exa falar sobre isso, mas
que foi abobrinha foi. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não
tenho mandato do Ver. João Dib, mas posso testemunhar, da tribuna desta Casa,
que ele não fala abobrinhas, podendo até, muitas vezes, divergir de suas
posições, mas ele é um Vereador atento. Se as licenças do Sr. Prefeito, para
viagens internacionais, são suscetíveis de discussão e votação, é óbvio que
esse assunto, quando algum Vereador aponta algum fato que não se encontra
regular, Ver. Giovani Gregol, merece exame e a consideração do Vereador, caso
contrário não terá mais sentido o Poder Legislativo, que é a representação dos
cidadãos desta Cidade, estando aqui para discutir e debater.
Como
aqui concordo com V. Exa., Vereador, em relação à crise que o país atravessa,
como penso que devemos fazer um esforço muito grande, Ver. Antônio Losada, nós
que pertencemos a uma vertente popular, de esquerda, identifico-me, também,
nesse sentido, com a Vera. Clênia Maranhão, cuja história se identifica com
essas posições, inserindo-se no movimento popular. Não podemos compactuar com
nenhum setor que faz política mediante ação violenta, seja de esquerda ou de
direita, mas, infelizmente, alguns setores isolados, muitas vezes, se valem
desses expedientes. Tradicionalmente, quem usa esses mecanismos de violência, e
a história contemporânea, a história do Século XX está a demonstrar, é a
direita. E o Ver. Giovani Gregol é um professor de História e sabe muito bem
disso. Temos que repudiar, de forma veemente, todas as ações violentas de
agressões aos militantes que, no livre exercício da sua ação política, estão
panfletando, estão manifestando suas idéias, senão nós seremos vítimas dessa
mesma violência, Ver. Antônio Losada, como V. Exa. já foi vítima em outros
tempos.
Eu
trouxe aqui, para discussão, uma breve historinha que fala de fechar a cortina.
Fechar a cortina. Esta história representa como se encontra o Governo de
Fernando Henrique, que simplesmente se vira de costas às questões que o País
atravessa. O Jornalista Sebastião Nery, na Tribuna da Imprensa de hoje,
registra que Fernando Henrique está escondido atrás da cortina. Registra uma
história ocorrida no tempo da Ditadura.
“Octávio
Gouveia de Bulhões, Ministro da Fazenda do Governo Humberto Castello Branco,
chegou cedo ao Ministério, no Rio, mandou preparar um decreto para o Presidente
assinar. Um coronel, assessor, advertiu:
-
Ministro, o Roberto Campos já viu? (Roberto Campos era o Ministro do
Planejamento na época da recessão.) Esse decreto vai fechar quase todas as
fábricas de tecidos do País. Disse o Assessor. São milhares de operários que
ficarão desempregados.
-
E daí Coronel? Disse o Ministro Octávio Gouveia de Bulhões.
-
Daí, Ministro, que a revolução não pode começar exatamente contra os
trabalhadores. Levar milhares de operários ao desemprego agora será um problema
social muito grave e vai dar argumentos à oposição.
-
E daí, Coronel?
-
Daí, Ministro, que os operários vão fazer passeatas aqui na avenida. Octávio de
Gouveia de Bulhões levantou-se, foi à janela, olhou longamente para a Av.
Antônio Carlos, no Rio de Janeiro, lá embaixo, voltou, sentou-se, passou um
lenço perfumado no rosto distante, suspirou demoradamente:
-
E daí, Coronel? Eu fecho a cortina.
A
primeira decisão de Fernando Henrique Cardoso sobre o caminhonaço dos
Produtores Rurais que chegaram à Brasília foi fechar as cortinas do Palácio do
Planalto.” O Jornalista Sebastião Nery faz essa colocação importante na sua
crônica de hoje na Tribuna da Imprensa.
Alguns
dias atrás, vivemos o episódio dos Transportadores de Cargas, sabemos que está
insustentável a política de transporte de fretes e cargas deste País por força
de uma estrutura que privilegiou o capital financeiro neste País. É isso que
está em jogo. De outro lado, agora, os Ruralistas estão lá. E o que está
acontecendo? Há um confronto claro neste País, entre setores que pagaram o
custo do Plano Real, por exemplo, como o setor rural, setor da economia
primária. Neste momento, se houvesse perspectiva política, os sem-terras não
estariam invadindo uma fazenda em Bagé, Vera. Clênia Maranhão, estariam, sim,
aliados aos ruralistas, na busca de uma solução para este País que vive um
impasse, por causa de um Governo que optou pelo capital financeiro e colocou
mais de 36 bilhões de dólares para salvar as instituições financeiras deste
País, fato que nos Estados Unidos, na França, na Alemanha e na Inglaterra, não
ocorre. Aí temos a visão política.
Há
algum tempo, Ver. Lauro Hagemann, estavam chamando de louco o então Governador
Leonel Brizola por pedir a renúncia do Presidente Fernando Henrique Cardoso, e
não é golpe, Vereadores Antonio Hohlfeldt e Cláudio Sebenelo. Nós sabemos que
hoje o Governo Fernando Henrique Cardoso perdeu toda a condição, a sustentação
de respaldo para dirigir este País, e ele pode, neste momento, dar
individualmente uma enorme contribuição se renunciar. Ninguém quer derrubá-lo.
O problema é que estamos caminhando para uma grave crise institucional, com
movimentos de rebeldia, de reação, de greves e de manifestações que estão
levando o País quase à paralisação. Quem não observa isso, não quer ver a
realidade. Essa é a nossa preocupação com relação a essas questões que revelam
a gravidade do problema em que o País vive neste momento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, espero
que possamos ainda hoje votar o lote de Requerimentos que aguardam, há muito
tempo, as decisões dos integrantes desta Casa. Apresentei um Requerimento, na
segunda-feira, convocando o Sr. Prefeito Municipal e o Procurador do Município
para nos explicarem detalhes do anunciado acordo firmado com a ATP, por parte
da Prefeitura Municipal. Penso que essa é uma questão fundamental para esta
Casa e para a opinião pública. Qualquer atraso no que se refere à essa questão,
será um ponto negativo para a Câmara de Porto Alegre. Nesse sentido, Sr.
Presidente, independente da votação do Requerimento, eu protocolei hoje também
um Pedido de Informações ao Executivo Municipal a respeito do mesmo assunto,
tentando alcançar cópia do documento formal, já que o noticiário de hoje diz
que o mesmo foi homologado pela Doutora Juíza da 4ª Vara, torna-se, portanto,
documento público e, mais do que nunca, cabe aos Vereadores o conhecerem.
Mas,
sobretudo, quero trazer à baila uma preocupação. Anuncia-se que, do total dos
dez milhões e meio de reais que fazem parte do acordo, quatro milhões
implicariam em renúncias por parte da Prefeitura Municipal, dentre as quais
renúncia fiscal, ou seja, renúncia de pagamento de impostos - imagino eu que ISSQN
- devido pela empresa SOPAL à Prefeitura Municipal de Porto Alegre. E aqui,
Ver. Hélio Corbellini, a minha grande dúvida e uma consulta que estou fazendo,
em tese - protocolei hoje à tarde - à Procuradora-Geral da Casa: se apenas o
Executivo tem o poder de decidir sobre renúncia fiscal, sobre perdão de dívida
de imposto sem a participação desta Casa. No meu entendimento, não, e o Ver.
João Dib, que foi Prefeito, me faz sinal no mesmo sentido. Quero lembrar que,
por muitas vezes, Vereadores desta Casa tentaram, por exemplo, admitir perdão
de dívidas de pessoas usuárias do serviço de água em relação ao DMAE, ou de
algumas dívidas de IPTU, não zerando, mas diminuindo, e sempre enfrentamos o
problema de que, mesmo querendo, o Prefeito não tem o poder de decidir
arbitrariamente, apenas ele, pelo perdão de dívidas, sobretudo no caso de
impostos. No caso, se correta a informação da imprensa veiculada hoje nos
jornais, a situação é exatamente a mesma. A Prefeitura abriria mão, numa
espécie de encontro de contas, de valores devidos de imposto. No caso das
empresas de ônibus, volto a dizer, ISSQN que se cobra embutido na tarifa paga
pelos cidadãos. No meu entendimento, ainda que homologado pela Justiça, não
terá validade jurídica esta decisão sem a passagem na forma de Projeto de Lei
por esta Casa. Lembro aqui episódios em que a Justiça trabalhista, por vezes,
decide pela obrigatoriedade do Município de criar cargos especificamente a
determinado cidadão que, ao longo de anos, em desvio de função, exerceu aquela
função, e mesmo sob condenação da Justiça, e mesmo por decisão do Judiciário, o
Sr. Prefeito Municipal se vê obrigado a mandar Projeto de Lei a esta Casa para
que nós ratifiquemos a criação deste cargo. Tivemos, aqui, inúmeros casos
envolvendo o DEMHAB e outras Autarquias e Secretarias Municipais.
Eu
quero, aqui, deixar registrado, Sr. Presidente, que realmente me preocupa que,
arbitrariamente, no sentido de apenas um lado do Poder Municipal, que é o
Executivo, tenha firmado, Ver. Isaac Ainhorn, um acordo com a ATP, renunciando
à dívida de ISSQN, ou de qualquer outro imposto, sem que se tenha tramitado
alguma coisa por esta Casa com autorização legislativa respectiva. Ainda, sob
este aspecto, se torna mais importante, Ver. Elói Guimarães, V. Exa. que tem a
formação jurídica que eu não tenho e que foi, igualmente, Secretário de
Transportes, como eu, em anos anteriores, que nós, evidentemente, tenhamos
acesso ao documento formal e possamos discutir com o Sr. Prefeito Municipal ou
com o Procurador do Município os exatos termos legais em que se colocou o
acordo. E, realmente, se não se procederem às medidas necessárias, a passagem
de documentos, de Projetos de Lei por esta Casa, a Casa terá que tomar as
providências necessárias. Fica, portanto, o registro da consulta prévia à
Procuradoria da Casa, até para que não passe em julgado nenhum desses
encaminhamentos que estão sendo anunciados ao longo desta semana, por parte da
imprensa, já que, infelizmente, até agora o Executivo, a esta Casa, de modo
oficial, nenhum comunicado fez, pelo menos que eu tenha conhecimento. Nada me
chegou às mãos. Se chegou ao Presidente, eu gostaria que, depois, o Presidente
repassasse às Lideranças e aos Vereadores, como um todo, para que tenham
conhecimento.
Fica,
aqui, o registro, a preocupação e a expectativa, obviamente, de que se tenham
as informações necessárias. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Realmente, eu já deveria, desde o início
desta Sessão, ter providenciado, mas, devido às circunstâncias, não o fiz. O
Dr. Rogério Favreto, Procurador-Geral, me enviou e eu vou mandar tirar cópias
para os Srs. Vereadores, esse acordo que o Ver. Antonio Hohlfeldt acaba de
referir na tribuna.
O
Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tive a
alegria de participar, hoje, do almoço semanal da FEDERASUL, que tratou de um
tema pertinente à nossa vida: a questão da liberdade, da democracia. Estiveram
presentes e foram painelistas quatro destacados jornalistas brasileiros: Carlos
Alberto de Franco, Merval Pereira Filho, Noênio Espínola e Augusto Nunes, que
se referiram especificamente à atividade jornalística através do prisma da
liberdade de expressão. É uma coisa que diz respeito também ao Parlamento,
porque a liberdade de expressão não se desempenha, não se desenvolve, não diz
respeito somente à atividade jornalística senão também ao Parlamento, à
cátedra, aos diversos lugares onde o pensamento humano se expressa, se veicula.
A
FEDERASUL, sob o comando do Sr. Mauro Knijnik, está empenhada em uma discussão
muito séria. Começou com uma ampla discussão sobre a ética e, sob este aspecto,
também temos a considerar, a dizer alguma coisa, porque ética também diz
respeito à atividade parlamentar. Temos que ter - e temos, aqui -, por exemplo,
o nosso código de ética, como devemo-nos comportar. A sociedade toda é regida
por um capítulo da filosofia chamado ética. Os Dez Mandamentos do Cristianismo
não são senão um código de ética, e outros códigos, precedentes ou posteriores
aos Dez Mandamentos.
Hoje,
também, a FEDERASUL lançou a sua revista, primeiro número, chama-se
“FEDERASUL”. No seu editorial, a revista diz: (Lê.) “Sabemos dos limites da
imparcialidade jornalística, mas tentaremos realizar, a cada edição, uma
revista que traduza o nosso espírito plural e a nossa vontade de mostrar a
realidade econômica e política gaúcha em toda a sua complexidade.” Essa
assertiva é muito sintomática. Eu sou insuspeito para falar, não sou
comerciante, não sou associado à FEDERASUL - houve época em que meu Partido não
se assentava bem com essas entidades empresariais, mas hoje estamos todos no
mesmo barco, é preciso entendê-las -, mas a FEDERASUL tem entendido a
complexidade da modernidade no mundo e tem procurado avançar nessa direção, e
nós somos obrigados a entender isso, a participar e a dialogar.
Então,
a FEDERASUL está preocupada com o maniqueísmo político que se desenvolve aqui
no Estado. Não só com o político, mas com o econômico, com o “clubístico”, com
o futebolístico. Nós temos a mania do maniqueísmo, e precisamos romper essa
prática que só nos tem desservido. É preciso oferecer alternativas variadas,
diferentes, para esse desenvolvimento. E é a isso que se propõe a FEDERASUL,
através dessa sua nova revista. Então, saudemos o aparecimento desse novo
veículo como uma forma de trânsito para essas idéias novas, renovadas, que
precisamos implementar entre nós.
Aqui
está uma informação de alta relevância: (Lê.) “O avanço do negócio eletrônico
no mundo vai movimentar, em 2003, um trilhão e trezentos bilhões de dólares.” O
mundo da informática! E nós não podemos ficar de fora desse processo. É isso
que está-se dizendo, com todas as letras.
O
Rio Grande do Sul tem um papel a desempenhar nessa prospecção. Existe uma fábrica
de implementos eletrônicos a se instalar brevemente aqui entre nós, que é uma
das principais produtoras mundiais de elementos eletrônicos. Assim, tenhamos
bastante atenção para esses problemas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, eu pediria que o Ver.
Guilherme Barbosa me acompanhasse no Requerimento que eu gostaria de fazer.
Acho que agora é o momento, para depois nós entrarmos na Pauta. Eu gostaria de
sugerir que passássemos à Pauta sem maiores debates, no sentido de agilizar a
entrada na Ordem do Dia, e, na Ordem do Dia, consultando Lideranças, que se
fizesse a seguinte votação: o Projeto de Resolução nº 040/99, o Projeto de
Resolução nº 042/99, o Projeto de Resolução nº 044/99, o PLL nº 097/98 e depois
os Requerimentos. Não cheguei a conversar totalmente com o Ver. Guilherme
Barbosa, mas mais ou menos havíamos acordado nesse sentido.
O SR. PRESIDENTE: O Requerimento inclui que a Pauta, para
correr, seja exercida, pois temos matérias importantes, e pediria que os
Vereadores fizessem a gentileza, até para a própria Instituição, de não usar a
tribuna em Pauta.
O SR. CYRO MARTINI (Esclarecimento): Sr. Presidente, V. Exa. sabe que temos
que esperar pela oportunidade de nos inscrever em Pauta, e isso demanda tempo,
demanda deslocamento. Evidentemente que nós, que conseguimo-nos inscrever,
teríamos o direito de reclamar. Entretanto, Sr. Presidente, sendo para o bem da
Casa, para que se possa promover, e não dispomos aqui de tempo, como, por exemplo,
o Ver. Isaac Ainhorn, que tem todo o tempo disponível, porque é Líder, e fica
tentando-me perturbar, não deixando que eu desenvolva com lógica e coerência o
raciocínio.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, solicito a V. Exa.
que deixe o Vereador desenvolver o raciocínio dele.
O SR. CYRO MARTINI: Agradeço a V. Exa. pela atenção, a
despeito das intervenções indevidas do Ver. Isaac Ainhorn, que sempre as faz,
mas que quando está no microfone, não as admite.
O SR. PRESIDENTE: Agradeço aos Srs. Vereadores pela
compreensão, pois temos matérias como, por exemplo, aprovar somente hoje a
questão das Sessões nas segundas e quartas-feiras para o II Plano Diretor de
Porto Alegre.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Antonio
Hohlfeldt. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos
à
PAUTA
(05 oradores/05 minutos/com apartes)
1ª SESSÃO
PROC.
1248/99 – SUBSTITUTIVO Nº 02, de
autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que
dispõe sobre a oficialização da Feira de Artesanato da Alfândega no Município
de Porto Alegre e dá outras
providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 034/99,
de autoria do Ver. Luiz Braz.
PROC.
2387/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 112/99, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt,
que denomina Rua Oswaldo Goidanich um logradouro público localizado no Bairro
Vila Nova.
PROC.
2444/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/99,
de autoria da Verª Helena Bonumá, que estabelece a supervisão da
Secretaria Municipal do Meio Ambiente em campanhas de doação de árvores.
PROC.
2456/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 119/99,
de autoria do Ver. Gilberto Batista, que dispõe sobre a distribuição de
cartilha de primeiros socorros aos motoristas de ônibus, táxis, lotações e
demais meios de transporte de passageiros no Município de Porto Alegre.
PROC.
2301/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/99, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, que
acrescenta incisos V e VI ao art. 2º da Lei Complementar nº 341, de 17 de
janeiro de 1995, que dispõe sobre o trabalho em regime de plantão de 12 horas x
36 horas na Administração Municipal e dá outras providências.
PROC.
2448/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 037/99, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede às atletas
Daiane Garcia dos Santos, Luciane Dambacher e Janaína Espíndola o título
honorífico de Esportista Exemplar.
PROC.
2468/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/99,
que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público
municipal e sua alienação a Lecy de Souza Canabarro, independentemente de
licitação, e dá outras providências.
PROC.
2470/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/99,
que autoriza a permuta entre imóvel próprio municipal e imóvel de
propriedade do Condomínio Edifício Monte Carlo, devido ao novo alinhamento
existente na Travessa Pesqueiro esquina com Rua Miguel Teixeira.
PROC.
2472/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/99,
que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público
municipal e sua alienação a Carmem Pompeu, independentemente de licitação, e dá
outras providências.
PROC.
2473/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 020/99,
que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público
municipal e sua alienação a Honório Finck,
independentemente de licitação, e dá outras providências.
PROC.
2474/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/99,
que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público
municipal e sua alienação a Arlindo Risch, independentemente de licitação, e dá
outras providências.
PROC.
2518/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 121/99, de autoria do Ver. Carlos Alberto
Garcia, que denomina Rua Professor Paulo Saurin um logradouro público
localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
1710/99 - SUBSTITUTIVO Nº 01, que
dispõe sobre a instalação de cercas energizadas destinadas à proteção de
perímetros no Município de Porto Alegre e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/99, ambos
de autoria do Ver. João Bosco Vaz.
PROC.
1916/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/99, de autoria do Ver. Antônio Losada, que
torna obrigatória a prestação de serviços de empacotamento nos estabelecimentos
comerciais denominados “supermercados” que possuam área construída computada
superior a 3.000 m².
PROC.
2102/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 007/99, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
altera a redação do parágrafo único do art. 15 da Lei Complementar nº 284, de
27 de outubro de 1992, com redação dada pela Lei Complementar nº 319, de 1º de
julho de 1994. (Código de Edificações de Porto Alegre – Carta de Habitação)
PROC.
2167/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 011/99,
que identifica as Áreas de Urbanização e Ocupação prioritária, nos
termos do artigo 5º da Lei Complementar nº 312, de 29 de dezembro de 1993.
PROC.
2140/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 030/99, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que institui o troféu
Honra ao Mérito.
PROC.
2146/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 031/99, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que concede o título
honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao professor Carlos Alberto
Allgayer.
PROC.
2321/99 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/99, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que
acrescenta inciso XVIII ao art. 76 da Lei Complementar nº 133, de 31 de
dezembro de 1985, que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos do
Município de Porto Alegre. (faculdade de participação em reunião escolar de
filhos)
PROC.
2372/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/99, que autoriza a desafetação do uso
especial de imóvel do domínio público municipal e permuta entre passagem de
pedestre de propriedade de Condor- Empreendimentos Imobiliários S.A., para
relocalização da passagem de pedestres localizada na Quadra 154 com frente para
a Av. Nilo Peçanha.
PROC.
2406/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 116/99, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que
institui, no Município de Porto Alegre, o Dia da Cidadania e de Luta pelos
Direitos Humanos e autoriza o Poder Executivo a erigir monumento em homenagem a
João Cândido.
2ª SESSÃO
PROC.
2096/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 096/99, de autoria do Ver. Carlos Alberto
Garcia, que dispõe sobre a disponibilização, na “Internet”, de dados relativos
às licitações no Município de Porto Alegre.
PROC.
2097/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 097/99, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que
concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Lya Luft.
PROC.
2103/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua João José dos Santos um logradouro público localizado no
Bairro Farrapos.
PROC.
2133/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 029/99, de autoria do Ver. Gilberto Batista, que confere ao cantor
e instrumentista Heber Frós – Gaúcho da Fronteira – o prêmio artístico
Lupicínio Rodrigues.
PROC.
2156/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/99, de autoria do Ver. Décio Schauren, que cria a Frente
Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo na Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC.
2161/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 102/99, de autoria do Ver. Carlos Alberto
Garcia, que dispõe sobre a oficialização do evento “Festa do Divino Espírito
Santo” no Município de Porto Alegre.
PROC.
2164/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 103/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Praça Aristides Dias Souto um logradouro público localizado no
Bairro Farrapos.
PROC.
2186/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 104/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Ney Bastos um logradouro público localizado no Bairro
Farrapos.
PROC.
2190/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Praça Januario Pereira da Costa um logradouro irregular localizado
no Bairro Santa Tereza.
PROC.
2191/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 106/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Edyr Machado um logradouro público localizado no Bairro
Farrapos.
PROC.
2264/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 033/99, de autoria do Ver. José Valdir, que concede o título
honorífico de Líder Comunitária à Senhora Sigrid Kunz.
PROC.
2265/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 034/99, de autoria do Ver. Gilberto Batista, que institui o prêmio
Jahyr Boeira de Almeida e dá outras providências.
PROC.
2322/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 035/99, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que concede o prêmio
literário Érico Veríssimo ao jornalista e escritor Walter Galvani da Silveira.
PROC.
2351/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 109/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Praça Glaucus Saraiva um logradouro público localizado no Bairro
Farrapos.
PROC.
2352/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 110/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Carlos Galvão Krebs um logradouro público localizado no Bairro
Farrapos.
PROC.
2353/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 111/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Praça Apparicio Silva Rillo um logradouro público localizado no
Bairro Farrapos.
PROC.
2388/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 113/99, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt,
que denomina Rua Odilon Alves Chaves um logradouro público localizado no Acesso
nº 3, no Bairro Vila Nova.
PROC.
2389/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 114/99, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt,
que denomina Rua José Abraham Diaz um logradouro público localizado no Bairro
Vila Nova.
PROC.
2390/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 115/99, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt,
que denomina Praça Gladis Mantelli um logradouro público localizado no Bairro
Teresópolis.
PROC.
2476/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 041/99, de autoria da Mesa Diretora, que altera os artigos 201 a
205 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (Tribuna Popular)
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que
proceda à chamada dos Srs. Vereadores para entrarmos na Ordem do Dia.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
gostaria de fazer uma Comunicação de Líder pelo meu Partido. Já aconteceu
várias vezes, nesta Casa, de, enquanto está-se procedendo à chamada, o Vereador
solicitar e ser-lhe permitido fazer uma Comunicação de Líder.
O SR. PRESIDENTE: Tudo bem, Ver. Carlos Alberto Garcia.
Esta Presidência não tem má vontade, mas V. Exa. há de convir que depois de
iniciada a chamada fica ruim interromper. Não vou discutir com V. Exa. e
vou-lhe conceder, excepcionalmente, o tempo para uma Comunicação de Líder.
Conto com sua compreensão para, numa próxima vez prestar mais atenção na ordem
dos trabalhos.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu vim com o intuito de
requerer o tempo para uma Comunicação de Líder, mas vou colaborar com a Mesa,
porque sei que está havendo muito esforço para o cumprimento da Pauta e a
agilização da Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Agradeço a V. Exa. pela compreensão O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
nossa intenção não era polemizar esta questão, mas é que estávamos em nosso
gabinete em virtude de um fato que se refere à presença, em uma reunião, do
nosso Secretário de Segurança Sr. José Paulo Bisol, e fomos buscar, com o
Secretário, algumas informações. Ficamos sabendo que no dia 03 de agosto, o
Secretário José Paulo Bisol, do nosso Partido, o que muito nos honra, esteve
reunido com mais de sessenta entidades na Zona Norte e lá estavam a comunidade
do Parque dos Mayas e Nova Gleba.
Ficamos,
também, sabendo que houve, por parte do Ver. José Valdir, um ofício para
convidar o Sr. Secretário no dia 14, e que o Secretário colocou que, em vista
de o Rio Grande do Sul ter quatrocentos e sessenta e sete Municípios, não teria
as condições, naquele momento, de atendê-lo. E colocou à disposição o Sr.
Robinson, que é o Diretor de Departamento Comunitário, que fez um contato,
segundo informação do próprio Robinson, com o Ver. José Valdir, e colocou que o
Secretário não teria condições de comparecer à reunião. E que o Ver. José
Valdir colocou que se o Secretário não comparecesse não precisaria comparecer
ninguém. Então, esse relato nos dói, mas é importante trazer de público, até
porque parece ou pareceu que o Secretário José Paulo Bisol deixou de lado uma
comunidade, e não é essa a sua intenção. Sabemos e a sociedade sabe do empenho
que o Secretário está fazendo junto a uma das Secretarias, talvez a Secretaria
mais difícil, a Secretaria de Segurança.
Hoje,
a Segurança Pública é uma das situações mais difíceis, não só na nossa Cidade,
o nosso Estado, no País, porque todas as questões passam pela Segurança
Pública. Queríamos fazer este registro de pronto, porque achamos importante até
para resguardar a figura do Senhor Secretário José Paulo Bisol. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Guilherme Barbosa
para uma Comunicação de Líder.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu
quero, de saída, nesse tempo de Líder pedir desculpas ao Ver. Antonio
Hohlfeldt, porque na segunda-feira eu passei meio ponto, se me permitem esta
figura de linguagem, naquilo que deveria ter dito com relação a passagem de S.
Exa. na Secretaria dos Transportes. Quero registrar aqui, acho que passei um
pouco da medida, mas também acho que outras Bancadas - já foi dito aqui desta
tribuna em outros momentos - devem desculpas ao nosso Partido, porque depois
que esta Liderança afirmou que a agressão ocorrida na Esquina Democrática não
tinha sido realizada por militante do nosso Partido, mesmo assim, vieram à
tribuna, fizeram essa afirmação que, como se comprovou, não era verdadeira, e insistiram nessa
inverdade, querendo criar uma versão que não tinha nada a ver com a realidade
dos fatos.
Se
eu tenho a clareza de que a gente deve pedir desculpas quando erra, quero
também ouvir de outras Bancadas a mesma desculpa pelo que fizeram aqui. Não
podem inventar versões e colocar palavras na minha boca, como, hoje, de novo,
fez a Vera. Clênia Maranhão, declarando que eu teria dito que ela ou o PMDB
seria também agressor. Eu não disse
isso; longe disso, concordei com que a nossa Comissão de Direitos Humanos
assuma e analise a questão, continuo pedindo isso, Ver. Hélio Corbellini, que é
o Presidente da Comissão, para que tudo fique definitivamente esclarecido.
Somos
duros enquanto oposição, sempre trabalhando em alto nível, somos contra a
agressão, queremos que tudo fique definitivamente esclarecido.
Outra
questão também trazida a esta tribuna e que esta Câmara de Vereadores tem que
abordar e analisar, Ver. Pedro Américo Leal, é mais uma pesquisa mostrando que
o nosso Presidente Fernando Henrique Cardoso está numa situação política
absolutamente lamentável, portanto a
situação do Governo e portanto a situação do povo.
Na
semana passada, aconteceu um fato que comprova tudo aquilo que vínhamos
dizendo. O Presidente do Congresso, Senador Antônio Carlos Magalhães - ele,
Senador Antônio Carlos Magalhães! - anunciou que, nos próximos doze meses, não
haverá reajuste nos combustíveis do País. Não foi o Presidente da República que
anunciou, foi o Presidente do Congresso Senador Antônio Carlos Magalhães que
anunciou uma medida do Governo, acompanhado do Ministro de Minas e Energia!
Há
tempos que, nesta tribuna, eu e outros temos afirmado que quem, de fato,
governa o País é o FMI, aliás frase repetida pelo empresário Paulo Vellinho, do
“Jornal do Comércio”. Eu mostrei para várias pessoas o seu texto. O Brasil
perdeu a sua autoridade de negociação, e o Primeiro Ministro de fato chama-se
Antônio Carlos Magalhães.
Hoje,
infelizmente, nós temos um Presidente desmoralizado e um País sem autonomia.
Vejam, Srs. Vereadores, nós precisamos de quarenta bilhões de dólares para
segurar a economia do País. Quarenta bilhões de dólares! Isso significa dizer
que nós estamos em moratória técnica não-assumida. Uma economia que precisa de
quarenta bilhões de dólares chegou à moratória, embora não o diga. O Fundo
Monetário Internacional alcançou quarenta bilhões de dólares sem colocar
exigências ao nosso Governo, Ver. Giovani Gregol? É evidente que não! Essa é a
grande questão que se coloca para o Governo Fernando Henrique Cardoso. Ele não
tem saída: ou rompe com o FMI e volta a desenvolver a economia do País, volta a
ter políticas sociais para o País ou ele fica com o FMI e atola mais ainda o
povo brasileiro numa situação irrespondível, insustentável. E, portanto, o seu
percentual em relação à aprovação da população brasileira vai de cima a baixo.
Ontem,
num programa de rádio da nossa Capital, da Rádio Gaúcha, do jornalista Lauro
Quadros, tivemos o espantoso resultado, o dramático resultado, onde mais de 50%
das pessoas disseram que votariam de novo em Fernando Collor de Mello porque a
situação está insuportável com Fernando Henrique Cardoso. Olhem o perigo dessa
situação! Olhem aonde nos levou o Governo Fernando Henrique Cardoso! É preciso
que esta Câmara, esta Capital, este Estado, que sempre se mobilizaram, se
mexam, porque senão vamos para o fundo do precipício. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Eu quero apenas
agradecer de público ao Ver. Guilherme Barbosa a manifestação, uma vez que eu
já usei meu tempo de Comunicação de Líder e, também, quero dizer ao Ver.
Guilherme Barbosa que, embora duro na crítica, como oposição que sou, sempre
terei o respeito que sempre tive, ao longo desses anos todos nesta Casa. De
toda a maneira, agradeço a manifestação do Vereador. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Para uma comunicação de Líder pelo PFL
tem a palavra o Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
declarei do microfone de apartes que iríamos contribuir com o andamento dos
trabalhos não utilizando o tempo de Liderança, para que pudéssemos adentrar na
Ordem do Dia e enfrentar uma série de matérias que se encontram, ao longo de
muito tempo, aguardando uma definição na Casa. Inobstante tenha anunciado esse
posicionamento, aqui estou, porque não posso ouvir calado uma série de
diatribes que são colocadas desta tribuna por aquelas pessoas que são
monocórdicas nos pronunciamentos e que toda vez que se sentem frustradas em
algum objetivo buscam acentuar uma tecla que já está repetida e cujo sucesso
não se registra e não se registrará.
O SR. PRESIDENTE: Solicitamos aos Vereadores em Plenário
que façam silêncio. Há um Vereador na tribuna.
Continua
com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Então, Sr. Presidente, de uma vez por
todas, para que não se perca mais tempo nesta Casa tentando criar um clima de
intriga entre o Presidente da República, eleito soberanamente pela maioria
absoluta do povo brasileiro, e o Presidente da instituição que, a meu juízo,
tem que ser a mais respeitada deste país, que é o Congresso Nacional, quero
dizer que essa tentativa inconseqüente de fazer intrigas, de querer dizer que
um manda no outro, não vai dar resultado. As pessoas que se tenta envolver
nesta trama são suficientemente experientes para não se deixarem ser envolvidas
nesse jogo de terceira linha que as oposições brasileiras buscam fazer, na
tentativa de intrigar o Presidente da República com o Presidente do Congresso
Nacional. Então, vire-se a página disso, porque não vão lograr sucesso.
Quanto
ao posicionamento do Ver. Guilherme Barbosa, que pede ao nosso companheiro Ver.
Antonio Hohlfeldt que acolha uma posição que busca amenizar situações mais
fortes que aqui foram colocadas, eu considero um bom exemplo que isto esteja
ocorrendo. Aliás, entendo que as suscetibilidade precisam ser diminuídas nesta
Casa, porque a verdade é que nós só achamos justo, correto, perfeito, acertado,
o direito que nós temos de colocar as nossas posições da forma que nós julgamos
a mais adequada da tribuna e, quando os nossos opositores se manifestam com
igual ou semelhante veemência, os nossos ouvidos se atingem, ficamos
suscetibilizados, queremos criar obstáculos para que a manifestação da tribuna
não se dê com a maior amplitude possível. Então, excessos verbais, nesta Casa,
como em qualquer parlamento neste País, ocorrem e ocorrem com freqüência. E
graças a Deus que ocorrem, porque é preferível que se tenha uma Casa onde
existam excessos verbais do que a omissão verbal; não uma Casa de gente calada,
de gente muda, de gente que não tem opinião. É uma Casa de gente que tem
opinião, que fala, que comete excessos, com razoável freqüência, e que, em
determinado momento, busca amenizar essa situação até mesmo com posições
altamente respeitáveis, como a que foi assumida aqui pelo Ver. Guilherme
Barbosa.
Agora,
o que não pode é alterar o foco da discussão. Um episódio lamentável registrado
na esquina de Porto Alegre denominada Esquina Democrática; naquele episódio
lamentável - eu vou insistir - não se pode discutir à fórmula do lobo ou do
cordeiro, se foi o PT, ou foi o PCB, ou se foi a Frente Popular, ou se não foi
ninguém! Houve um fato extremamente lamentável, que não pode ser agasalhado
nesta Casa. Não se busque justificá-lo, não se busque minimizá-lo: foi um fato
grave! Foi um atentado ao direito, à cidadania, à liberdade democrática e esta
Casa deveria, como um todo, levantar sua voz contra esse acontecimento e não
tentar, através de discussões semânticas amenizar as conseqüências, os
resultados e, sobretudo, a importância deste fato. Foi um fato lamentável, e a
Casa do Povo de Porto Alegre, paladina da democracia tem o dever irrenunciável
de dizer que não concorda com aquilo, que reclama daquilo, que não quer ver
repetido e que, mais do que isso, exige que os causadores dessa brutalidade
lamentável sejam devidamente justiçados para que sirva de exemplo que quem é
contra o exercício da cidadania e da liberdade não é por nós aplaudido, muito
antes pelo contrário, é por nós condenado publicamente com a veemência devida e
com a responsabilidade política que todos nós somos portadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2457/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 040/99, de autoria da Mesa Diretora, que coloca em extinção, na
Câmara Municipal de Porto Alegre, à medida em que vagarem, os cargos efetivos
da classe de Auxiliar de Serviços Gerais e o cargo em comissão de Consertador
de Máquinas; extingue as funções gratificadas de Eletricista, Marceneiro,
Desenhista, Jardineiro e Auxiliar de Serviços de Conservação, bem como duas
funções gratificadas de Chefe de Setor; cria funções gratificadas de
Oficial-Assessor e de Assessor do Gabinete de Estudos Legislativos; institui a
terceirização dos serviços de limpeza e de manutenção e dá outras providências.
Com Emendas nºs 01 e 02.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art.
82, § 1º, III da LOM;
-
dispensado de Parecer nos termos do Art. 102, § 4º do Regimento da CMPA;
-
discutiram a matéria os Vereadores L. Hagemann e J. Pinheiro.
O SR. PRESIDENTE: Continua em discussão o PR nº 040/99. O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por
ocasião da proposta anterior, da possibilidade da terceirização, já havíamos
votado contra e vamos continuar dentro desse princípio. Mas é importante ler o
que está colocado: “Coloca em extinção na Câmara Municipal de Porto Alegre, à
medida que vagarem os cargos efetivos da classe de Auxiliar de Serviços Gerais
e o cargo em comissão de Consertador de Máquinas, extingue as funções gratificadas
de Eletricista, Marceneiro, Desenhista, Jardineiro, Auxiliar de Serviço de
Conservação, bem como duas funções gratificadas de Chefe de Setor, cria funções
gratificadas de Oficial Assessor e de Assessor de Gabinete de Estudos
Legislativos, institui a tercerização de serviço de limpeza, de manutenção e dá
outras providências”. Então, inúmeros cargos estão sendo propostos para sua
extinção.
O
que será feito com essas pessoas? Disseram-nos que as pessoas que fazem
serviços gerais, mais especificamente serviço de limpeza, ficariam à disposição
de dois gabinetes para fazerem a limpeza. Existe a necessidade de uma pessoa
limpar dois gabinetes? Tenho a certeza de que não. Ao mesmo tempo, sabemos, e
temos discutido muito, que a limpeza da Casa também não está boa. Quase todos
Vereadores têm feito críticas a esse respeito. Agora, algumas coisas têm que
ser vistas e postas em discussão. Uma delas, talvez, seja a forma como está
sendo gerenciada; segundo, gostaríamos de saber por que tantas pessoas foram
cedidas e deixaram de fazer as suas funções para as quais fizeram concurso
público para o cargo de Auxiliar de Serviços Gerais, hoje estão em alguns
gabinetes e em outras Secretarias. Isso tem que ser discutido.
Terceiro,
numa reunião tentaram dizer que, com a proposta de exclusão e de terceirização,
os vidros da Casa, que estão sujos, seriam limpos. Sabemos que não é isso,
trarão pessoas de fora. Quando tiverem que limpar os vidros externos, terão que
contratar outras, porque as pessoas que farão o seu serviço no dia-a-dia não
vão executar essa tarefa, pois sabemos que requer toda uma segurança
específica. Portanto, vamos com muita calma, é um momento importante.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vejo com cautela o pedido de substituição de velhos funcionários
pelo serviço de terceirização. Por exemplo, um homem que todos conhecem, desço
à banalidade de dar o nome: Luisão. O que vai ser feito dele? Repentinamente,
será dispensado de suas gratificações, e é alguém que se dedica à Casa como
ninguém. Votarei com V. Exa.
O SR. CARLOS GARCIA: Eu agradeço, Ver. Pedro Américo Leal,
mas não gostaria de me centrar numa alusão a uma pessoa especial. Não gostaria
de me centrar em pessoas, mas em funções. As pessoas são transitórias, esse
cuidado temos que ter. Nós sabemos das dificuldades no mundo atual das funções,
os serviços formais estão se extinguindo. Sabemos que, daqui a alguns anos, a
tendência é essas relações desaparecerem, surgindo, cada vez mais, a prestação
de serviços.
Agora,
temos que ser coerentes, na primeira votação, fomos contra. Hoje, queremos
sensibilizar os demais colegas Vereadores. Temos certeza de que esses
funcionários são excelentes, se a limpeza da Casa não está boa, temos que
questionar o porquê, mas essas pessoas trabalham muito. Temos que ver por que
tantas pessoas estão fora das suas funções. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, Senhores e Senhoras Funcionários, já presidi esta Casa por duas
vezes. Duvido, Ver. Pedro Américo Leal, que qualquer um daqueles que já
estiveram a frente desta casa quisessem, em algum momento, prejudicar os
funcionários. Eu penso que podem acontecer, em qualquer ato, em qualquer
momento, equívocos por parte de um administrador - e isso acontece em qualquer
lugar -, que levem a categoria a ou a
categoria b a sofrer com as medidas
tomadas. Eu tenho certeza absoluta de que o Ver. Nereu D’Ávila, no momento em
que estava, juntamente com a Mesa, orientando a redação desse Projeto, estava
querendo resolver os problemas desta Casa, que ninguém pode dizer não
existirem. Basta que andemos pela Casa, que entremos nos banheiros para vermos
que problemas existem, e têm que ser resolvidos.
O
que o Presidente quer? O Presidente e a Mesa sugeriram, por esse Projeto de
Lei, que fizéssemos algumas alterações, até para nos adequarmos à Legislação
Federal. Mas eu vejo que faltam, ainda, entendimentos e penso que um Projeto
desse tipo, Ver. Isaac Ainhorn, não pode ter seus detalhamentos finais no
Plenário, já no momento da votação. Os que querem ajudar podem acabar sendo mal
entendidos e, em vez de fazermos uma boa lei, poderemos fazer algo que não seja
o ideal, às vezes para contentar um, outras vezes para tentar ajeitar alguma
coisa e acabando por estragar outra.
Então,
eu vou sugerir ao Presidente da Casa, Ver. Nereu D’Ávila, e aos Srs. Vereadores
que retiremos o Projeto da Ordem do Dia, que possamos continuar discutindo - a
Mesa e as Lideranças -, esta matéria, para que, quando voltarmos a discuti-lo,
que existam os entendimentos anteriores, que possa haver o consenso do Plenário
com relação ao que vai ser votado. Porque, se não for dessa forma, Ver. Pedro Américo
Leal, alguns Vereadores vão votar segundo solicitações, porque os funcionários
vão dizer para votarem daquele jeito, e outros vão votar, por entenderem que
vão consertar os problemas da Casa de uma forma; outros votam da sua maneira.
Não vai haver consenso, e precisamos ter uma boa legislação.
Sei
que o Ver. Nereu D’Ávila está-se esforçando ao máximo para poder oferecer à
Casa o melhor em termos de legislação, mas estou vendo que está existindo uma
dificuldade muito grande para que isso aconteça. Acredito que o melhor que
podemos fazer é retirar o Projeto de tramitação, dar um tempo a mais para que o
Presidente, a Mesa, os técnicos possam trabalhar sobre a matéria. Temos a
certeza que precisa haver adequação à legislação federal, disso ninguém foge, tem
que haver esta adequação. Mas, vamos trabalhar mais nos gabinetes, com a Mesa,
com as Lideranças, com os técnicos, para chegarmos a um resultado que possa
satisfazer às necessidades da Casa, porque é isso que todos buscam.
Quero
cumprimentar o Presidente, pelo esforço que está fazendo para encontrar a
melhor legislação, para que possamos votar, aqui, no Plenário. Mas, não estamos
amadurecidos, o suficiente, para isso. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Braz, V. Exa. havia falado
comigo, antes, e eu havia considerado as ponderações que acaba de fazer da
tribuna. Estou assinando um Requerimento para adiamento do Projeto de Resolução
nº 40/99 por três Sessões, pois não está maduro para votação.
Na
quarta-feira próxima, possivelmente, pois devo assumir a Prefeitura na segunda
e terça-feira, haverá uma reunião de Mesa e de Lideranças, onde todas as
modificações para melhorar o Projeto poderão ser feitas.
A
Direção desta Casa sempre foi, e continuará sendo, democrática, enquanto for
dirigida por mim.
Em
votação do Requerimento de adiamento da votação do PR nº 40/99 por três
Sessões. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
24903/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 042/99, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução nº
1380, de 19.06.1998, que estabelece rito especial para apreciação do 2º PDDUA.
Observações:
-
dispensado de Parecer nos termos do Art. 102, § 4º do Regimento da CMPA;
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art.
238, § 5º, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Projeto de Resolução nº
042/99, de autoria da Mesa Diretora, alterando a Resolução que alterou o
Regimento, que estabelece um rito especial para a apreciação do II Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano.
Em
linhas gerais nós tivemos uma Resolução Especial para votar o Plano Diretor,
que serviu muito bem até agora, quando temos que votar o Plano Diretor. Para
votar o Plano Diretor a Mesa, Lideranças, todos os Srs. Vereadores, inclusive
todos os Relatores, acordaram no sentido de alterar novamente a Resolução que
alterou o Regimento, para que as segundas e quartas-feiras sejam somente
dedicadas à votação do Plano Diretor, a partir da semana que vem. Essa é a
alteração que vamos votar agora. Imagino que não haja necessidade de discutir
nem de encaminhar o assunto, pois ele é do interesse da Cidade.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não conheço a
Resolução.
O SR. PRESIDENTE: Ver.
Elói Guimarães, V. Exa. conhece a Resolução que alterou o Regimento para que
houvesse uma Comissão Especial. Essa Resolução, agora, será novamente alterada
no sentido de que esta Câmara privilegie as segundas e quartas-feiras para a
votação única e exclusivamente do Plano Diretor. Caso surgir algo excepcional -
diz na alteração - a Câmara pode usar esses dias, mas, preferencialmente, será
única e exclusivamente para o Plano Diretor. Essa é a alteração.
Em
discussão do PR nº 042/99. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2566/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 044/99, de autoria da Mesa Diretora, que estabelece a colocação de
placa, na entrada do Palácio Aloísio Filho, sede da Câmara Municipal de Porto
Alegre, em homenagem a políticos que tiveram cassados seus mandatos de
Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador do Município de Porto Alegre pelo regime
instituído através do movimento político-militar deflagrado no País em 31 de março
de 1964 e dá outras providências.
Observação:
- dispensado de Parecer nos termos do
Art. 102, § 4º do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: A matéria desse Projeto é conhecida dos
Srs. Vereadores. Originou-se de um Requerimento da Ver. Tereza Franco, no
sentido de que fosse colocada, na entrada da Câmara, uma placa em homenagem aos
cassados do Município de Porto Alegre. Como isso implica despesas, teve que ser
feito através de Projeto de Resolução, já que anteriormente era apenas um
Requerimento
É
a transformação do Requerimento em Projeto de Resolução. Essa placa deverá ser
inaugurada no aniversário dos 226 anos da Câmara.
Em
discussão o PR nº 44/99. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
por unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
2107/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 097/98, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
determina a abertura dos portões do Mercado Público Central aos domingos e dá
outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Décio Schauren: pela rejeição do Projeto.
Observações:
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 097/98. O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
proposição do Ver. Isaac Ainhorn, com data de 29 de junho de 1998, tramita na
Casa por mais de um ano. Nós fomos o Relator dessa matéria e, em 30 de setembro
de 1998, firmamos o nosso Parecer, onde diz: “Os dias e horário de
funcionamento do comércio podem ser regulados por Lei Municipal.” Entretanto, o
autor pretende que, simplesmente, sejam abertos os portões do Mercado Público
Central, permitindo a visitação pública e, conforme o artigo 2º, do Projeto,
proporcionando condições de funcionamento às bancas que preencherem as
condições da legislação pertinente.
O
Artigo 4º, XII, da Lei Orgânica do Município, que fixa a competência do
Executivo Municipal para o poder de administrar obriga o legislador a
incursionar nessa área para corrigir fenômenos sociais, cujo reclamo não chega
aos ouvidos de mercador do Executivo. A matéria é legal e regimental.
O
nosso Parecer mereceu a maioria dos votos da Comissão, passando logo em seguida
a tramitar na Casa. E o Ver. Adeli Sell, Presidente da Comissão de Finanças e
Orçamento, no ano passado, que também se manifestava pela aprovação. Já o Ver.
Décio Schauren, na Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação, emitiu
Parecer contrário, e o faz salientando que, em primeiro, “sequer existe
manifestação expressa nos autos que demonstre interesse e reivindicação dos
comerciantes do Mercado ou da população. Em segundo, a matéria deve ser
discutida entre os concessionários e cessionária, pois são esses os pólos da
relação jurídica, salvo melhor entendimento, uma invasão na esfera do Executivo
por parte deste Legislativo. Por último: A consulta ao Sindicato da categoria
dos trabalhadores é relevante para que os mesmos possam manifestar livremente
sua opinião sem que haja coação ao labor no domingo, sob pena de perderem os
seus empregos.” Estão estabelecidos os parâmetros da lide. O que quer o Ver.
Isaac Ainhorn? Que o Executivo Municipal de Porto Alegre promova a abertura dos
portões de acesso ao interior do Mercado Público aos domingos. Esse é o teor do
Art. 1º.
O
Art. 2º diz: “A medida determinada, através dessa lei, visa, dentre outras
possibilidades, a permitir que os permissionários do referido Mercado possam
abrir os seus estabelecimentos aos domingos, nos termos facultados pela
legislação vigente, bem como possibilitar o acesso de pessoas para a
visitação.” Terminou a lei do Ver. Isaac Ainhorn, que é sucinta como sempre
pretende o Ver. João Dib.
Eu
penso que facultar a alguém a exercer as suas atividades é o que de melhor pode
ser colocado numa lei. Obrigar é um erro, proibir é um erro maior ainda.
Facultar é “acender o farol da liberdade” para que as pessoas livremente
escolham. É lógico que a liberdade não pode ser utilizada de forma
irresponsável. O Ver. Isaac Ainhorn diz que os comerciantes, que se ajustarem ao
espírito da lei e que cumprirem a legislação pertinente - e essa é vasta -,
poderão utilizar esse dispositivo da lei, que basicamente tem o seu imperativo
no Art. 1º, que diz que devem abrir as portas do Mercado, que não deveriam
fechar. Por que fechar o Mercado? O Mercado hoje se transformou em mais do que
um ponto de venda de gêneros alimentícios na Cidade com toda essa modificação
que ocorreu lá. Há áreas de exposição de artes, local para autógrafos, há
várias atividades. Então vamos abrir as portas. Vamos parar de fechar, vamos
abrir. Ver. Adeli Sell, V. Exa. tem razão no seu Parecer. Realmente, facultar,
liberar, não proibir e não obrigar sempre vão contar com a minha simpatia.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir o PLL nº 97/98.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
que fique bem claro para o Ver. Isaac Ainhorn que não estou falando contra o
seu Projeto de Lei. Estou, sim, colocando aqui algumas questões que a
Procuradoria da Casa já fez. O Projeto do Ver. Isaac Ainhorn está aqui nesta
Casa, há mais de um ano e quinze dias. No dia seis de agosto do ano passado, a
Procuradoria dava o seguinte Parecer: “Entendemos que tal decisão é inerente ao
poder discricionário do Executivo, no exercício do seu poder de administrar os
bens e rendas do Município”. Art. 94, inc. XII da Lei Orgânica Municipal: “Uma
incursão legislativa nessa área, constitui uma invasão da competência do
Executivo, atentando contra a harmonia e independência dos Poderes”. Eu penso
que o Executivo, no caso do Mercado, não mostrou competência nenhuma, não é,
Ver. Cláudio Sebenelo? Porque a infelicidade do Mercado Público deve-se, única
e exclusivamente, ao comando daquele que teve que decidir se a FORD
permaneceria ou não no Rio Grande do Sul. Há uma infelicidade total no Mercado
Público que deixou de ser aquele local que o porto-alegrense amava e visitava.
Ficou mais bonito, colocaram uma série de coisas lá, mas não é mais mercado
público.
O
Projeto de Lei do Ver. Isaac Ainhorn pretende que o Executivo determine a
abertura do Mercado aos domingos. Não pode determinar que as bancas sejam
abertas. Os proprietários das bancas do Mercado, que já enfrentam dificuldades
pela má administração da Prefeitura, no caso do Mercado - e fizemos, aqui, um
volante assinado pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Reginaldo Pujol, Luiz Braz,
Fernando Záchia, João Dib e Adeli Sell, quando o Mercado fez cento e vinte e
oito anos e estávamos saudando o Mercado e pedindo para que ele fosse visitado,
porque ele estava muito doente, e está mais doente agora do que antes, continua
não tendo ninguém -, os proprietários das bancas não vão querer abrir aos
domingos. E o nobre Ver. Isaac Ainhorn diz aqui: “bem como possibilitar o acesso
de pessoas para a visitação”. Tenho todas as dúvidas do mundo, Ver. Isaac
Ainhorn, que aprovado o Projeto de V. Exa., o Prefeito não o vete, porque há de
alegar que se abrir o Mercado para a visitação pública, estando fechada a
maioria das bancas, ele não tem Guarda Municipal suficiente para manter a
segurança interna, e a Polícia Civil e a Brigada Militar, que já não estão
fazendo o policiamento eficiente na área central, por falta de recursos, nos
domingos e feriados também não farão. Então, é um Projeto que tem uma boa
intenção, mas não sei se estamos precisando dessa lei, honestamente, não sei.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, quero dizer a V. Exa., apenas para colaborar neste
debate, que entendo, como é um próprio municipal, que a responsabilidade do
poder de polícia é da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, especificamente da
Guarda Municipal. Conseqüentemente, a Guarda Municipal se responsabilizará pelo
cuidado, porque aquele prédio se constitui numa peça de museu, é um acervo
cultural e turístico da Cidade de Porto Alegre. Acredito, firmemente, e é um
propósito de intenções, como o é o de V. Exa.
O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador, estou de pleno acordo
quanto à beleza do Mercado Público, claro que tiraram a vida do Mercado, mas
ele agora está bonito, está bem cuidado, aparentemente. Mas o Prefeito, e eu
conheço bem a administração petista, vai dizer que ele não vai gastar mais com
a Guarda Municipal, pois implicaria remanejamento da Guarda, mais horários e
ele vai dizer que não vai fazer isso e não vai aumentar o quadro de Guarda,
mesmo porque Guarda Municipal não pode ser contratado por carta-contrato. Se
desse ele faria com pressa. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra
para discutir o PLL nº 97/98.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
de plano deixo clara a minha posição a respeito dessa proposta do Ver. Isaac
Ainhorn no sentido de apoiá-la, permitindo a reabertura dos portões do Mercado
Público aos domingos.
Entretanto,
entendo que em virtude das colocações do Ver. João Dib e das ponderações no
curso dessa manifestação proferida pelo Ver. Isaac Ainhorn, devo expor o meu
pensamento a respeito da Guarda Municipal e das suas implicações. Entendo que a
Guarda Municipal deveria ter essas atribuições aqui levantadas, entretanto ela
não as têm, ela é praticamente um mero zelador dos próprios municipais, tem
menos atribuições do que os fiscais das diversas secretarias do Município. As
fiscalizações, os serviços, de um modo geral, das secretarias, da SMIC, SMOV e
outras, têm poder próprio do poder de polícia através da atividade de polícia
administrativa. Entretanto, a Guarda Municipal não tem. E eu concordo que
devesse ter para proceder a uma atuação caracterizadamente policial.
O Sr. João Dib: V. Exa. me permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, estou plenamente de acordo com V.
Exa. A Guarda Municipal não tem essa atribuição e essa competência, mas evidentemente
o Prefeito teria que determinar que ela fosse colocada dentro do Mercado, e,
pela sua presença física e fardada, ela imporia algum respeito. Mas teria que
ser a Brigada Militar, para dar a cobertura jurídica e legal, para prender os
eventuais infratores, os delinqüentes.
O SR. CYRO MARTINI: Teríamos motivo para pleitear que a
Guarda Municipal tivesse essas atribuições que mencionamos há pouco. Com
respeito à necessidade de prisões, em razão de alguma perturbação da ordem que
alguém possa provocar, a Guarda Municipal pode efetuar, na medida em que
qualquer cidadão pode agir contra aquele que estiver praticando uma
transgressão. Se o atentado for contra o prédio, contra o próprio municipal,
mais razão para a Guarda Municipal agir. Quando ouço que o agente da
fiscalização, o fiscal do Município, aquele que executa uma tarefa de polícia
administrativa do Município, não tem poder de polícia - no próprio sentido de
Brigada e Polícia Civil - eu lamento discordar, porque há desacato contra
funcionário, desobediência praticada contra a ordem legal do funcionário, é
funcionário, não é policial. O desacatado não é só o policial, pode ser o Juiz,
pode ser o Promotor, pode ser o Funcionário, pode ser o Secretário do
Município. Qualquer cidadão pode ser desrespeitado e tem, senão o dever legal,
pelo menos o dever moral de se posicionar contra, e assim pode proceder.
Então,
esses conceitos são de extrema relevância, porque, quando eu ouço dizer, por
exemplo, que o fiscal da SMIC não pode proceder policialmente contra alguém, é
um equívoco, pode. Se ele está no exercício da sua função, legitimamente, e se
alguém discorda, ilegitimamente, irregularmente, ele pode se posicionar contra.
Pode e deve, porque é obrigação dele. Então, nós temos que aprender a lidar com
esses conceitos, porque a Prefeitura é 90% atividade de polícia administrativa.
Leiam-se os autores do Direito Administrativo, que nós vamos ver claramente
isso. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Lenora Ulrich está com a palavra,
para discutir.
A SRA. LENORA ULRICH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr.
Ver. Isaac Ainhorn, autor do Projeto, eu gostaria de manifestar, de início, o
meu posicionamento favorável ao Projeto em pauta, uma vez que ele vem ao
encontro dos interesses da maior parte da população, que vem-se expressando
através do Projeto de Revitalização do Centro. Quando eu estava no Executivo e
tinha a possibilidade de trabalhar diretamente com este Projeto, verificamos a
necessidade de o Centro ter vida. Ele precisa oferecer alternativas, não só de
consumo como também de fruição dos espaços. Ora, o espaço público do Mercado de
Porto Alegre, restaurado, é um espaço grandioso, um espaço que, realmente,
remete a uma grande obra de restauro de um espaço que, na sua tradição, foi
sempre voltado para o atendimento ao público.
Gostaria
de fazer aqui um pequeno parêntese, em atenção ao Ver. João Dib que se declarou
apaixonado pelo Mercado Público, dizendo ter o maior afeto por ele. Já houve,
Ver. João Dib, o interesse da municipalidade de Porto Alegre, se não me engano,
na década de 60 ou 70 - não sei se o Vereador, naquela época, estava no
Município ou no Executivo - para a demolição do Mercado Público. Por ali,
passaria uma avenida dando continuidade à Av. Borges de Medeiros, mas foi,
graças a Deus, em bom tempo, sustado. O Governo da Administração Popular teve a
sensibilidade de, não só preservar o prédio, dando continuidade à proposta
majoritária da sociedade porto-alegrense, como também de fazer e promover o seu
restauro em uma obra que custou bastante aos cofres públicos e aos cofres dos
permissionários. Faço aqui o destaque de que esta obra foi salva da demolição
para gáudio dos porto-alegrenses. Não só foi salva como foi restaurada. Agora,
por iniciativa do nobre Ver. Isaac Ainhorn, estamos tratando de abri-la à
exposição e ao usufruto, à fruição da população porto-alegrense. Evidentemente
que na esteira da abertura das portas virão, possivelmente, possibilidades de
negócios, abertura de bancas, de restaurantes e de atendimento ao público. Não
fica assim determinado pelo Projeto, ali está muito claro, o Projeto do
Vereador diz: “aquilo que for facultado e previsto pela legislação”. Mas,
queremos apostar que na esteira da abertura das portas, teremos, também, a abertura
de alguns estabelecimentos, animando mais, para o fim-de-semana, aquele espaço
tão caro ao porto-alegrense.
Gostaria
de lembrar que o Projeto Revitalização do Centro está em pleno funcionamento,
estamos com obras, abrindo a Esquina Democrática, no presente momento, à
passagem dos veículos para o período noturno. O Executivo está, de comum acordo
com a iniciativa privada e com a representação da FEDERASUL, providenciando,
ontem, mais precisamente, iniciou, a obra de restauração da Av. Otávio Rocha.
Logo em seguida, estaremos também com o Chalé da Praça XV, por iniciativa da
Secretaria da Indústria e Comércio e do SENAC, tendo restabelecido o seu
atendimento ao público com a culinária tradicional gaúcha.
Penso
que a aprovação do Projeto do Ver. Isaac Ainhorn vem-se somar a todos os
esforços que estamos fazendo para conseguir um Centro que ofereça, realmente,
maiores oportunidades, mais amplas oportunidades de fruição pelos
porto-alegrenses, que tanto amamos o nosso Centro. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra, para discutir o PLL nº 97/98
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
quando esse Projeto veio à Pauta, eu trouxe uma preocupação que ouvi, numa
atividade do Mercado Público, de que parte dos permissionários seriam
contrários à abertura dos portões, porque com isso, no domingo, haveria a
necessidade de se pensar em cuidados internos, porque o Projeto determina
apenas a abertura dos portões e não sobre a abertura do comércio. Sobre isso,
nós temos legislação, aprovada por esta Casa. Mas esse Projeto é diferente, ele
trata da abertura dos portões. Portanto, a abertura do comércio continua com a
Lei existente, de um acordo entre os empresários e funcionários.
Alguns
permissionários nos colocaram que com a abertura dos portões, sem o
funcionamento de algumas lojas, porque isso será opção do comerciante, não
sabiam como ficaria o patrimônio que está lá dentro, quem cuidaria disso. Essa
é uma questão a ser resolvida, no momento em que aprovarmos esse Projeto.
Portanto,
faço esse registro: parte dos permissionários são contrários a essa forma de
determinar a abertura dos portões do Mercado.
Eu
gostaria de afirmar duas questões que acho que fazem o debate sobre o Projeto.
Em primeiro lugar, foram aplicados recursos públicos no Mercado, na sua
restauração, para ele se transformar numa referência de patrimônio histórico
desta Cidade. Portanto, o quanto mais nós incentivarmos visitas ao Mercado
Público aos sábados e domingos, será muito importante.
Falando
da questão cultural, da questão histórica, a abertura dos portões do Mercado
Público, atendendo a este princípio, é importante. Por quê? Porque ele faz com
que o turista que vem à Cidade possa visitar o Mercado Público.
Então,
existe a preocupação que já coloquei e há, também, o que representa o Mercado
Público, historicamente.
A
Bancada está liberada para votar este Projeto e o meu voto é a favor, tendo em
vista a necessidade de divulgação desse importante patrimônio cultural de nossa
Cidade.
Agora,
existe um questionamento quanto à forma de abertura do Mercado Público, porque
os permissionários não serão todos obrigados a abrir suas bancas. Como vai
funcionar essa abertura? Quem vai cuidar do patrimônio que está dentro do
Mercado? Isso é uma coisa que deve ser resolvida, porque não vai ser só a
regulamentação da lei, por parte da SMIC, que vai resolver isso. Temos que
fazer um debate com a Associação dos Permissionários do Mercado Público, porque
isso é importante para a construção democrática dessa iniciativa.
Voltamos
a afirmar que temos informação que alguns permissionários são contrários a essa
abertura do Mercado. É bom que se resolva isso no debate com os comerciantes
que estão lá trabalhando para que não surja problema mais tarde.
Agora,
quanto mais nós transformarmos o Mercado Público, Ver. Pedro Américo Leal, numa
referência cultural - e muitos cidadãos da Cidade não conhecem a história do
Mercado -, mais será visitado por aqueles que vêm a Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir o PLL nº 97/98.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
faria os desdobramentos com referência a esta matéria. A primeira questão, eu
diria que o mercado Público se descaracterizou daquela visão que temos de
mercado público. E devo dizer que o Município, o Executivo, se esmerou no
sentido de fazer uma obra ali, que eu acho belíssima. Quero dar esse
depoimento: o Mercado Público, com as características que tem, eu até o
colocaria entre o Mercado Público e o Shopping. Ele passou a ter um papel
arquitetônico, vamos dizer assim, de funcionalidade interna, posto que foi
mantida toda a sua face exterior. Mas ele descaracteriza, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, aquele Mercado Público cultural que nós conhecemos. Sou uma pessoa
que pouco viaja, mas, quando viajo, um dos locais obrigatórios, Vereadora
Lenora Ulrich, que eu vou, é no Mercado
Público, porque é ali que está o cheiro do povo. Então, o Mercado Público é o
local onde se vende galinha, milho, isso, aquilo, todas aquelas
características. O nosso Mercado Público não se pode atacar como obra, como
esmero, como esforço da Prefeitura. Na minha opinião, eu falo com absoluta
sinceridade, porque ele ficou muito bonito. Internamente até com escadas
rolantes, vejam bem, eu diria que ele é um gênero: Mercado Público e Shopping.
Bem, esse é o aspecto que queria colocar.
Por
outro lado, outro dia passei no Mercado Público e conversei com alguns, de
passagem e o pessoal está angustiado, porque o Mercado Público esvaziou. Todos
sabemos disso, não estou trazendo novidades. Teriam esses fatores aqui
colocados determinado isso? Um pouco? Não. Não sei. Talvez aquele entorno que
havia dos ônibus tirou o povo. São tudo coisas que nós temos que examinar. O
Largo Glênio Peres indiscutivelmente uma área de tirou-se dali os ônibus, o
povo que entravam no Mercado, que passavam e saiam, etc. e tal. Bem, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o Mercado Público tem atividades que estão dentro
daquelas atividades permitidas aos domingos, são estabelecimentos que vendem,
bares, enfim, pequenos estabelecimentos estariam dando aquela idéia já
consagrada na Lei que permite a abertura no domingo.
Eu
gostaria de fazer um apelo ao Ver. Isaac Ainhorn de que pudéssemos ir ao
Mercado Público com o Projeto e tentar conversar com os permissionários. O
Vereador diz que já conversou. Eu não falo por ninguém, apenas estou trazendo
dados que tive a oportunidade de conhecer. Parece-me que, num primeiro momento,
eles não aceitam, eles acham difícil trabalhar e nos dizem: “Não há movimento
durante a semana, vai ter no domingo?”. O Mercado Público está vazio, está
frio, como vai funcionar no domingo? Eu não estou colocando juízo, não estou
defendendo essa ou aquela tese, estou apenas trazendo dados reais.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, o nosso objetivo é basicamente resgatar, com a abertura
dos portões do Mercado Público, a possibilidade da visitação pública de um
prédio que se constitui numa obra de arte e pela qual a Cidade tem interesse
cultural e turístico. Nós não obrigamos os permissionários a abrirem o Mercado
Público aos domingos, essa é a primeira etapa, quem quiser abrir, observada a
Legislação Federal existente, poderá abrir. Eu acredito firmemente que há uma
disposição no sentido de encontrar uma possibilidade de abertura rotativa, onde os estabelecimentos que
abrirem num final de semana, não
abrirão no outro, permitindo a ocupação do espaço, o que é fundamental. Nós
queremos dinamizar o Centro da Cidade.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu concordo com a iniciativa de V. Exa.
no sentido de movimentar o Mercado Público, não discuto essa questão, mas eu
passei por lá e colhi esses dados. A informação dos permissionários é: “Olhe,
do ponto de vista econômico, nós já temos dificuldades durante a semana,
imagine no domingo, isso vai nos trazer uma situação insustentável”.
Portanto,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho que é uma matéria rica, no meu
entender deveríamos continuar com o debate. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Giovani Gregol está com a palavra
para discutir.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ao
fazer o uso da tribuna, a nossa Vereadora e companheira nos dizia que o Mercado
Público já abriu aos domingos durante um período. Então isso não é uma absoluta
novidade.
Eu
acho bastante inteligente o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn, como é de praxe, o
Ver. Isaac Ainhorn, sempre inteligente e a contento, a não ser em alguns
momentos, quando ele vem querendo impedir aumento de arrecadação municipal,
querendo uma reavaliação da base tributária que às vezes fica uma década ou
duas, ficou em Porto Alegre várias décadas a da Planta de Valores sem ser
reatualizada, historicamente; fora essas coisas que atrapalham, porque é menos
dinheiro nas burras públicas que revertem ao bem-estar público, o Ver. Isaac
Ainhorn tem idéias boas.
Esta
discussão é saudável e necessária para esta Casa e para esta Cidade porque se
trata, Ver. Elói Guimarães, de um tema de fundamental importância para nós, que
é a revitalização do Centro da Cidade. Eu sempre tenho dito e vou repetir aqui
que o Centro, com todo o respeito aos demais bairros, eu e minha família já
moramos em vários bairros da Cidade, eu conheço bem esta Cidade; sou de
meia-idade, nasci e me criei nesta Cidade e sempre tenho dito que o Centro é o
bairro mais importante - sem menosprezo aos demais bairros -, o Centro é o
único bairro de Porto Alegre que é utilizado, praticamente, por todos os
porto-alegrenses. A nossa Cidade ainda tem essa característica - ressaltada na
obra do grande Mário Quintana - de ser uma pequena cidade grande. Porto Alegre
é uma Cidade de quase um milhão e meio de pessoas, mas ainda tem
características, feliz ou infelizmente, de cidade pequena. Por exemplo: todos
os caminhos levam ao Centro e ele é praticamente uma ilha, uma península
cercada de rio - ou lago Guaíba - pelos três lados e ainda é centralizada. A
constatação disso não conseguiu reverter em Porto Alegre esse hábito ou essa
necessidade que a grande maioria dos porto-alegrenses tem de passar pelo
Centro. O Centro é o único Bairro que é utilizado por todos. Portanto, o que se
faz ou se deixa de fazer no Centro repercute, Ver. Elói Guimarães, e vejo que
V. Exa. me dá a honra da sua atenção, vejo que V. Exa. pensa comigo, estamos
numa comunhão de pensamento. O Centro é aquele bairro que é utilizado por todos
os porto-alegrenses. Portanto, é o bairro mais importante. Cada bairro, cada
região do Orçamento Participativo tem as suas reivindicações específicas.
Agora, sem menoscabá-las, tudo que nós investirmos no Centro, fizermos pelo
Centro, estaremos fazendo para todos os porto-alegrenses, porque todo
porto-alegrense passa pelo Centro e utiliza o Centro, repito, até por
necessidade, a não ser alguns apaniguados, nada tenho contra eles, gostaria de
ser um deles, que vivem no clube, que o motorista vai fazer as compras, que
vive do clube para a piscina, que vive no bairro numa cobertura, esse não tem
necessidade de vir ao Centro, mas o povo, o “povão”, a classe média, os
trabalhadores de todas as classes, de todos os níveis sociais, ainda são
obrigados a passar pelo Centro. Isso não vai mudar a curto e médio prazo.
Temos
o problema do tráfego de Porto Alegre, do não desafogo do tráfego, porque o
Centro é pequeno, com ruas relativamente estreitas, se construiu historicamente
neste promontório, ruas estreitas como a Riachuelo, a Duque de Caxias, como a
Rua da Praia, a Av. Independência, enfim, são razões históricas que não podemos
reverter.
Queria,
então, ressaltar isto: acho que é uma colaboração importante, limitada, mas
muito importante, para esta visão de revitalização do Centro da Cidade, que já
esteve bem melhor. Morei no Centro, nasci no Centro praticamente. A minha
infância se deu ali na Rua Barros Cassal, na esquina com a Independência, do
outro lado do Bar Líder, naquele prédio muito bonito, aliás, onde me criei.
Hoje, moro no Centro, na Rua Riachuelo, perto da Caldas Júnior, e noto que o
Centro já teve dias mais felizes. Sei que a Colega Lenora Ulrich muito está
fazendo pelo Projeto de Revitalização do Centro, que é muito importante, mas
falta muito a caminhar nesta área, inclusive quanto à questão da revalorização
do patrimônio público, histórico, principalmente arquitetônico, que é
justamente o caso do nosso Mercado Público, porque pode ter aumentado o
movimento no Mercado, e até provavelmente tenha caído o movimento comercial,
por enquanto, mas deverá aumentar, porque nem todos os espaços comerciais foram
ocupados. No segundo andar, acho que nada ou pouco foi ocupado. Mas não podemos
dizer que aquilo não foi uma restauração, do ponto de vista histórico,
material, fundamental à Cidade.
Nós
temos que curtir a nossa Cidade, o nosso Mercado como um grande patrimônio
histórico. Porto Alegre tem muito a apresentar sobre isso. Menospreza os seus
prédios antigos, está aí a especulação imobiliária destruindo muitos de nossos
prédios. Posso fazer uma lista deles, agora não tenho tempo, mas vou voltar
outro dia. O Mercado está aí, se investiu milhões e não se utiliza. Não se
explora, no meu entender, suficientemente, aquele investimento naquele
importante ponto material, arquitetônico, histórico da Cidade e vem, nesse sentido,
este Projeto.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para discutir o PLL nº 97/98.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
vejo com muito bons olhos e muita satisfação esta tentativa, este desafio que o
Governo do PT arrogou a si de revitalizar o Centro. É uma obra magnífica! Dar
vida ao Centro da Cidade que perdeu a vida. O Centro, hoje em dia, sábado e
domingo, é um lugar de ostracismo. Então, quando se pensa no Chalé da Praça XV,
que beleza! O Mercado Público, outra vez enfeitado, bonito! A Rua Otávio Rocha,
Rua 24 Horas, aquele casario, que eu chamo onde está a companhia da Brigada
Militar; o abrigo dos bondes, quer dizer, dar vida a tudo isso é uma maravilha!
A Vera. Lenora Ulrich, que é uma mulher que está engajada nesta obra, está
tecendo elogios a tudo o que se está realizando, mas, eu acho que este Projeto
do meu Colega Isaac Ainhorn tem que ser muito bem pensado. Como é que nós vamos
compor o aparato de segurança aos domingos? Abre o mercado, ótimo! Ele está
contribuindo para revitalizar o Centro. Mas, quem vai fazer esta segurança?
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Gostaria de colaborar com V. Exa. neste importante raciocínio que
V. Exa. está fazendo, que no momento em que o Prefeito regulamentar esta lei,
para abrir é óbvio, ninguém vai abrir, por exemplo, o Museu de Artes do Rio
Grande do Sul sem ter pessoas aparelhadas para cuidar do Museu e seu acervo. O
Mercado Público, de uma certa maneira, não deixa de ser um espaço que
representa um verdadeiro acervo, um verdadeiro museu. Para abrir tem que ter
condições: tem que ter iluminação, tem que ter guardas lá dentro, senão é
impossível cumprir a lei. Só através da regulamentação. Mas, V. Exa. sabe que
nós, como legisladores, temos que definir os princípios gerais e o Executivo
especifica as condições da aplicabilidade da lei. Acredito que este debate
proporcionou o esclarecimento da visão que este Vereador tem sobre a temática e
que V. Exa. coloca com tanta acuidade. Obrigado.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: É esclarecedor o aparte de V. Exa.,
porque ali dentro do Mercado Público, aos domingos, com pouca afluência, vamos
ter esquinas praticamente em silêncio, solitárias, na penumbra, com poucos
visitantes. É uma tentação a assaltos, a roubos, quer dizer, é muito
interessante que o Prefeito, de uma vez por todas, neste Projeto, se dedique
também a pensar na segurança que vai ser dada ao Largo Glênio Peres, que é uma
área conflituosa nos dias de semana, imaginem nos fins-de-semana, nos domingos
em que a afluência é escassa. A minha recomendação tinha que vir, porque sou um
homem voltado à Segurança e enxergo um pouco além de todos aqueles que não se
preocupam, porque não são afinados com esta prática. A segurança é, na verdade,
o grande problema desta iniciativa do Ver. Isaac Ainhorn. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este
Projeto do Ver. Isaac Ainhorn é bem mais rico do que a análise feita até aqui,
apesar da competência e dos adereços que o Projeto foi conquistando, aos
poucos, quando cada Vereador veio à tribuna.
A
riqueza deste Projeto também está no social. Nós precisamos, fundamentalmente,
de segurança, como disse o Ver. Pedro Américo Leal, e para ter segurança, Ver.
Pedro Américo Leal, nós vamos ter que contratar pessoas e, com isso, vai dar
emprego na área da segurança, na área da limpeza, os camelôs vão ter movimento
aos domingos, o que é inusitado, e isso vai movimentar a economia daquela
microrregião.
E,
mais do que isso, o nosso Mercado Público, que é uma reserva cultural, que,
arquitetonicamente, é uma das coisas mais lindas, é uma reserva histórica
intocável, desgraçadamente, sejam por questões macroeconômicas, com a
emergência dos grandes Shoppings, o
Mercado teria sido condenado ao anacronismo e ao desaparecimento. Mas é
exatamente o contrário. Se o Mercado se ativer apenas à sua destinação
maravilhosa de Mercado do tempo do Treviso, da Banca 43, do Sr. Weber que
servia produtos coloniais, de produtos in
natura, de produtos sem agrotóxicos, de temperos exóticos, de especiarias,
o Mercado, não só vai sobreviver, como vai estar quase sempre lotado.
A
minha tristeza é quando, aos sábados à tarde, depois de desaparecer o movimento
do Gambrinus, desaparece também o Mercado; meia-dúzia de pessoas que compram no
fim-de-semana. E depois a sujeira, o mau gosto e, principalmente, a agressão e
a depredação passam a estragar o Mercado nos fins-de-semana. Se funcionar aos
domingos, eliminaremos isso com a presença de seguranças trabalhando ali, num
Mercado ativo, com uma circulação muito mais rica, quando as pessoas, no
final-de-semana, têm tempo para se deslocarem até o Centro e irem até o
Mercado, como um lazer extremamente agradável. Isso tem que ser um cacoete da
população de Porto Alegre, não só pela importância histórica e arquitetônica do
Mercado Público, mas pelo convívio e pela integração social que ele representa.
Pelo
Mercado estar no Centro, assim como o nosso coração está no centro do nosso
corpo, ele ocupa o antigo Centro Comercial de Porto Alegre.
O
Mercado foi importante, porque trouxe uma série de tradições longínquas aos
bares e restaurantes, administrados por italianos e alemães, que traziam a
culinária e a cultura específica de cada País, de grandes depósitos de
especiarias que importavam, como se fosse na Idade Média, de longe para cá, produtos
extraordinários.
Por
exemplo, o uísque foi introduzido em Porto Alegre pelo Mercado Público. Existia
uma banca chamada Banca Gigante Balzano, que importava a bebida. Era o único
lugar de Porto Alegre que tinha uísque.
Hoje
é disseminado o uso de uísque nas casas de Porto Alegre. Mas, naquela época, as
especiarias, as bebidas exóticas existiam só no Mercado Público.
E,
principalmente, os produtos usados pelo gaúcho, a erva-mate, as lojas que
possuem esses artefatos, dentro deste Mercado, são um atrativo tão grande como
o Mercado de Salvador, na Bahia; o Mercado de Montevidéu e os mercados das
grandes cidades do mundo inteiro que são, além de reservas históricas,
arquitetônicas, de cuidados especiais das administrações, têm ainda esse
manancial turístico que jamais poderemos colocar fora.
Aprovado
o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn, com louvor, tenho certeza de que pela
unanimidade desta Casa, principalmente, e, inclusive, pela sua finalidade
social. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para encaminhar o PLL nº 97/98.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou
invocar aqui o filósofo Ortega Y Gasset, parodiando o que disse, que a clareza,
Ver. João Dib, é a cortesia do filósofo. Eu diria que a brevidade é a cortesia
do político Eu não vou continuar aprofundando o debate que envolve o nosso
Projeto de abertura dos portões do Mercado Público aos domingos. Realmente, foi
um Projeto amadurecido, trabalhado, integrado a uma série de componentes, de
propostas que visam a resgatar e humanizar o Centro da Cidade. Agora mesmo, a
Vereadora Lenora Ulrich me informa que outras medidas já estão em andamento,
como a abertura da Av. Borges de Medeiros, pensando-se, inclusive, na abertura
da Rua dos Andradas no entorno da Praça da Alfândega. É uma coisa interessante
a ser discutida, Ver. João Dib. Mas eu e V. Exa., como todos os Vereadores,
queremos ver o Mercado Público bonito, resplandecente, com aquele público que,
historicamente, tinha.
O
Mercado Público de Porto Alegre abriu todos os domingos, por mais de cem anos,
e nós pensamos ser necessário resgatar essa tradição. Mas não vamos impor a
ninguém a obrigatoriedade de abrir os seus estabelecimentos; nós apenas estamos
abrindo um espaço que é um acervo cultural e turístico da Cidade de Porto
Alegre. Os comerciantes, os microempresários que entenderem, dentro da lei, de
abrir os seus estabelecimentos, poderão fazê-lo, pois os portões estarão
abertos, e a guarda - terceirizada - estará com a responsabilidade de preservar
aquele próprio. Assim, Porto Alegre vai ganhar um pouco mais de vida numa
região que está, no nosso ver, entristecida, precisando passar por um processo
de humanização e de desenvolvimento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra
para encaminhar o PLL nº 97/98.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esse
Projeto se presta a uma análise sobre os equipamentos públicos. Os equipamentos
públicos não se resumem à sua finalidade precípua. Nós sabemos que, por
exemplo, um mercado não é um espaço que se restrinja às relações econômicas,
até porque as relações econômicas são, ao mesmo tempo, relações sociais,
relações culturais. Os shopping centers
descobriram isso, descobriram que, no mesmo espaço em que se dão as relações
econômicas, se estabelece toda uma teia de relações sociais e culturais,
inclusive trabalharam isso. O sucesso dos grandes shoppings é, exatamente, trabalhar esta dimensão a partir de uma
visão integral do ser humano, que não é apenas um ser econômico, que quando
está tendo relações econômicas não se reduz apenas a um ser econômico. O ser
humano é um ser sempre integral.
No
caso do nosso Mercado Público, esta questão está no centro da discussão e da
análise. O nosso Mercado Público foi restaurado e aconteceu uma coisa muito
interessante, inevitável, eu diria, que é uma mediação entre a modernidade da
tecnologia e a história, a restauração da história. Diria, como professor de
história, que o nosso Mercado Público se transformou numa espécie de linha do
tempo, onde podemos perceber a história e a modernidade.
O
nosso Mercado Público é símbolo de duas coisas: primeiro, as relações
econômicas que se dão ali, com a peculiaridade, como já foi dito pelo Ver.
Cláudio Sebenelo, de que mesmo essas relações econômicas guardam a idéia de
relações econômicas do passado, o atendimento muitas vezes direto,
personalizado; segundo, o prédio, com a sua história. O que o Ver. Isaac
Ainhorn faz é apenas abrir o prédio.
Não
entra nessa discussão se os permissionários querem ou não abrir. Eles poderão,
em função da revitalização, até ter interesse, futuramente, em abrir, mas não
estão obrigados a isso.
A
questão central desse Projeto, que faz a nossa Bancada votar a favor, é a
questão da revitalização do Centro. E, não nos iludamos, é muito difícil
revitalizar o Centro de Porto Alegre, hoje, com toda uma arquitetura, toda uma
atividade voltada para o atendimento financeiro, bancário, que fecha o Centro
depois de um certo horário. E a tendência dos shoppings, hoje, em qualquer cidade do mundo, é descentralizar as
atividades do comércio, as atividades econômicas e os serviços, para colocá-los
mais próximos dos cidadãos. Então, para revitalizar o Centro nós temos que
descobrir aquelas coisas que são específicas e típicas do Centro. Por isso, a
questão de abrir o Mercado Público à visitação é um elemento importantíssimo,
porque aquele Mercado Público não pode ser transferido para um bairro, pois ele
é do Centro; é um símbolo do Centro de Porto Alegre.
Toda
vez que falarmos em revitalização do Centro, necessariamente nós temos que
pensar numa destinação para o Mercado Público que possibilite a integração cada
vez maior com a comunidade e a visitação fora dos horários, porque ele é um dos
elementos simbólicos do Centro; é específico do Centro.
Para
fazermos esse trabalho de revitalização, temos que começar revitalizando
aqueles equipamentos que são específicos do Centro, como é o caso do nosso belo
Mercado Público. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 097/98. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com a abstenção do Ver. João Dib.
Em
votação o Requerimento nº 181/99. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra
encaminhar
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
rapidamente, já que a Sessão se esgota, eu quero, em primeiro lugar, agradecer
ao Ver. Carlos Alberto Garcia que, desde o início da tarde, conversou com as
diferentes Lideranças da Casa, buscando uma proposta alternativa ao nosso
Requerimento, mas, ao mesmo tempo, gizando a posição do PSB de que se não
chegássemos a um consenso, ele manteria a assinatura dele e a do Ver. Hélio
Corbellini em nome da sua Bancada.
Por
outro lado, eu expressava ao Ver. Guilherme Barbosa, Líder da Bancada do PT,
que o que nós queremos é fazer a discussão do problema, conversar com o Sr.
Prefeito Municipal, não há nenhuma radicalização na situação. E, inclusive, a
distribuição do documento básico, hoje, nos ajuda no encaminhamento, Sr.
Presidente, que eu gostaria de fazer, nos seguintes termos - Ver. Guilherme
Barbosa, peço que V. Exa depois ratifique, se tem boa compreensão do que está
sendo proposto -: de que a Casa faça um convite ao Sr. Prefeito Municipal para
que compareça na Sala da Presidência, para uma reunião com a Mesa Diretora e
Lideranças, no sentido de prestar os esclarecimentos necessários sobre o tema.
E,
Ver. Guilherme Barbosa, convite ou convocação - é o de menos, podemos aqui
adaptar - ao Sr. Procurador-Geral do Município, para que em uma ocasião
posterior venha ao Plenário da Casa para conversar conosco sobre o mesmo tema.
E
justifico por que manter a convocação, ou o convite, ao Procurador: as
cláusulas 3, 4, 5, no seu caput, apresentam
referências a processos, que, certamente, os Vereadores desconhecem. Penso que
é importante termos acesso a esses processos, sabermos exatamente o que
significam as responsabilidades que a Prefeitura assume e que estão mencionadas
nas cláusulas, 3, 4. e 5, no seu caput.
Então,
Sr. Presidente, procurei conversar com a Ver. Clênia Maranhão, com o Ver. Luiz
Braz, com o Ver. Reginaldo Pujol, com o Ver. Carlos Alberto Garcia, que
havia-nos nos ajudado, com o próprio Ver. João Dib, e acho que temos um consenso
no sentido de se transformar essa convocação do Sr. Prefeito ao Plenário da
Casa num convite ao Sr. Prefeito para uma vinda sua à sala da Presidência para
uma reunião com a Mesa Diretora e as Lideranças, e, evidentemente, com os
demais Vereadores que tiverem interesse em participar. Ao mesmo tempo,
manter-se-ia o convite ao Procurador do Município, para comparecer ao Plenário.
Nos dois casos, é óbvio, a data será devidamente acertada entre o Presidente da
Casa e o Paço Municipal, porque é da tradição da Casa esse encaminhamento.
Não
mencionei o Ver. Isaac Ainhorn, mas o consultei e tive a sua aquiescência para
esse acerto. Nesses termos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se houver a
aquiescência dos companheiros de Plenário, encaminho favoravelmente nos termos
de convite para a sala da Presidência, e do Sr. Procurador, para o Plenário da
Casa, em datas a serem acertadas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para encaminhar.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou
encaminhar contra a proposta formulada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, e vou dizer
por quê. Não se trata de constranger o Sr. Prefeito Municipal, mas não vejo
razão de o Prefeito se reunir com a Mesa e as Lideranças. Evidentemente, a Mesa
é democrática, o gabinete do Sr. Presidente da Casa é democrático, lá todos os
Vereadores podem comparecer, mas eu reputo um recuo do Ver. Antonio Hohlfeldt,
ele recua na sua iniciativa. Convocar o Sr. Prefeito? Não! Vamos convidá-lo
para vir ao Plenário desta Casa, pois penso que é do interesse dele e da
Administração que se faça um debate em cima dessas questões que são do
interesse da população. Os fatos estão consumados e o que precisa ser levado à
população são os amplos esclarecimentos, as condições em que se deu a
negociação, e não me parece que possa haver algo escuso nisso, que não se possa
vir, à luz deste Plenário, com os Vereadores e o Sr. Prefeito, debater sobre
essas questões. Nem serão discutidas as intervenções e as condições em que se
deram, mas as bases econômicas, os valores relacionados com a transação.
Nesse
sentido, quero encaminhar contrariamente à propositura do Ver. Antonio
Hohlfeldt, porque, até para a Bancada de situação e para o Sr. Prefeito, essa
modificação pode criar problemas. Mas não há nada para esconder! Nesse sentido,
encaminho contra. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para encaminhar o Requerimento nº 181/99.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
gostaria de dizer, em nome da nossa Bancada, que a partir de conversas com o
Ver. Antonio Hohlfeldt e com várias Lideranças, chegamos a essa possibilidade,
que eu reputo muito boa, porque a Casa estará fortalecida. O Sr. Prefeito,
através de um convite feito por esta Casa, virá a uma reunião com a Mesa e
Lideranças. Todas as informações acerca do fechamento do acordo entre a
Prefeitura e a ATP serão trazidas. A reunião será aberta a qualquer Vereador
que quiser participar.
Portanto,
chegamos a um acordo comum que, mais uma vez, engrandece esta Casa, engrandece
a Câmara de Vereadores e estabelece uma relação altaneira entre o nosso
Legislativo e o nosso Executivo. O nosso encaminhamento é favorável a essa solução.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento nº 181, de
autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.:
Foram aprovados os demais Requerimentos constantes da Ata.)
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h23min.)
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